(O Globo) Se em 2001 as mulheres eram apenas 5,15% do total de embaixadores brasileiros, em dez anos o percentual cresceu para 12%. No total, o Brasil conta hoje com 1.571 servidores na carreira diplomática, dos quais 339 são mulheres (21,58% do total) – duas vezes mais, em termos percentuais, do que na década de 70.
Maria Elisa Berenguer chefia a embaixada do Brasil em Tel Aviv, em Israel, trabalhando em total comunhão com Ligia Maria Scherer, líder da representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia, capital dos territórios palestinos.
O Brasil tem duas embaixadoras nos postos nobres junto à ONU em Nova York, a titular Maria Luiza Ribeiro Viotti e sua vice, Regina Maria Cordeiro Dunlop. Ambas foram cotadas para o cargo de chanceler, antes da posse da presidenta Dilma Rousseff.
“Há um grande esforço do Itamaraty em promover mulheres diplomatas, tanto em termos de progressão funcional dentro da carreira, quanto em termos de nomeação para postos-chave. Essa é, sem sombra de dúvida, uma decisão política”, diz Viviane Rios Balbino, primeira-secretária da Missão do Brasil junto à Organização dos Estados Americanos (OEA) em Washington e estudiosa da participação feminina na diplomacia nacional.
Mas, apesar dos avanços, há longo caminho pela frente até que os percentuais de participação de aproximem de 50%. Em média, só 20% dos alunos aprovados pelo Instituto Rio Branco, nas últimas décadas, são mulheres. Um dos motivos desse baixo número seria a ideia de que se dedicar à diplomacia significa sacrificar a vida pessoal e familiar. Para mudar isso, Viviane defende a criação de cotas.
“Da mesma maneira que o governo decidiu influenciar no incremento do ingresso de afrodescendentes na carreira diplomática, postura semelhante teria de ser adotada com relação a gênero”, defende Viviane.
Veja na íntegra: Mulheres conquistam espaço na diplomacia (O Globo – 19/06/2011)
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