26/06/2013 – No território nem tão livre das redes sociais

26 de junho, 2013

(O Globo) Muito se fala sobre as mobilizações feitas por meio de redes sociais: da facilidade de iniciar um movimento; da rapidez com que o conteúdo das reivindicações pode se dispersar; da possibilidade de anonimato; e da chance de se expressar livremente em contextos onde isso normalmente não é possível. Mas o grupo feminista ucraniano Femen se deparou ontem no Facebook, segundo sua fundadora e líder, com o mesmo tipo de censura que costuma enfrentar durante seus atos ao redor do mundo, quando saem às ruas com os seios nus para protestar contra a exploração sexual de mulheres, entre outras causas.

Horas antes de integrantes da organização serem contidas por seguranças após saltarem sobre os carros da comitiva do primeiro-ministro da Tunísia, Ali Larayedh, em Bruxelas – a Justiça tunisiana condenou três integrantes do Femen a quatro meses de prisão por terem participado de um protesto em Túnis – Inna Shevchenko denunciou em seu blog no site “Huffington Post” que a página original do grupo, em ucraniano, e a página do Femen França haviam sido “involuntariamente fechadas” pelo Facebook. Os bloqueios, segundo a organização, ocorreram entre domingo e segunda-feira. Ontem à noite, a página francesa já funcionava –
mas com os seios distorcidos nas fotos. A principal continuava inacessível. Segundo Inna, o Facebook acusou o Femen de “espalhar pornografia e promover a prostituição”.

“Este fato é uma continuação lógica da guerra na internet travada contra o Femen por diferentes grupos”, escreveu Inna. Segundo ela, as páginas do Femen na rede social estavam servindo como fonte de informação para campanhas pela libertação de presos políticos, principalmente na Tunísia. “Zuckerberg! Femen não é pornografia!”, disse a ativista, em referência a Mark Zuckerberg, fundador e executivo-chefe do Facebook.

Ao site inglês “IBTimes”, o Facebook informou ontem que as páginas foram bloqueadas não por razões políticas, mas pela nudez, vedada pelas políticas da rede social, salvo exceções como “fotos de uma escultura (…) ou fotos de família da amamentação de uma criança”, diz o texto do site sobre padrões da comunidade de usuários.

Acesse o pdf: No território nem tão livre  das redes sociais (O Globo – 26/06/2013)  

 

 

 

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