Ataque a negros e homossexuais
Os pedidos de cassação do mandato e a ação judicial são uma reação às declarações de Bolsonaro no quadro “O povo quer saber”, do programa CQC, da TV Bandeirantes, em que Jair Bolsonaro ataca negros e homossexuais.
O deputado disse ainda ser contra cotas para negros e que se recusaria a voar numa aeronave pilotada por um “cotista” ou ser operado por um médico também nessa condição.
“O deputado Bolsonaro é recorrente nessa sua busca de agredir segmentos da sociedade, em especial negros e gays, seus preferidos. Mas agora passou do limite. Racismo é crime e não é condizente com a ética parlamentar. Eu me sinto agredido por essa agressão covarde. Ele que arque com as consequências”, diz o deputado Edson Santos (PT-RJ), ministro da Igualdade Racial no governo Lula e um dos parlamentares que representaram contra Bolsonaro
“A expressão promiscuidade denota o grau de racismo que ainda persiste na sociedade. E trata-se de um representante do povo. O episódio mostra que temos muito o que avançar no combate ao racismo”, afirma Mário Theodoro, secretário-executivo da Secretaria de Igualdade Racial.
Deputado nega ser racista
Diante da repercussão negativa, o deputado divulgou nota em seu site em que nega ter preconceito contra negros e alega que não entendeu a pergunta feita pela cantora Preta Gil, “percebida, equivocadamente, como questionamento a eventual namoro de meu filho com um gay. Daí a resposta”, escreve Bolsonaro.
Ao ser questionado sobre se é racista, ele disse: “Racista, eu? Só tem pobre nas Forças Armadas, como posso ser racista?”
Ao falar da cantora Preta Gil e de uma possível ação dela na Justiça, Bolsonaro atacou novamente: “Que exemplo ela tem de vida para dar para todos nós para falar de ética?”. E completou: “Eu estou me lixando para esse pessoal aí”, disse ele, referindo-se a quem o chama de homofóbico.
Preta Gil se sentiu-se agredida como mulher, negra e homossexual
“Passei nos últimos dias por um terror. Fui injustamente agredida por um político que não só me agrediu, mas a todos que são negros, gays ou que são os dois. Eu, no meu caso, sou uma mulher negra, gay e feliz”, disse a cantora.
“Fora Bolsonaro”
Nas redes sociais, Bolsonaro também recebeu uma saraivada de críticas. O Movimento Arco-Íris lançou no Facebook a campanha “Fora Bolsonaro”, com mais 25 grupos ligados a minorias. O movimento também enviará um pedido de punição a Bolsonaro à Comissão de Ética da Câmara.
A Unesco do Brasil se posicionou em apoio aos pedidos de punição ao deputado. “Unesco no Brasil defende apuração de denúncia de homofobia e racismo por parte de parlamentar”, diz post veiculado no twitter da Unesco na tarde de ontem.
Leia as matéria na íntegra:
Vaccarezza afirma que deputado Bolsonaro é ‘deputado estúpido’ (O Estado de de S. Paulo – 01/04/2011)
Vacarezza chama Jair Bolsonaro de ‘deputado estúpido’ (Portal G1 – 01/04/2011)
Bolsonaro diz que se ‘lixa’ para movimento gay (O Globo – 31/04/2011)
Bolsonaro: ”Estou me lixando para gays” (O Estado de S. Paulo – 31/03/2011)
‘Fui injustamente agredida’, diz Preta Gil sobre Bolsonaro (Folha.com – 30/03/2011)
‘Estou me lixando para esse pessoal’, diz Bolsonaro sobre movimento gay (G1 – 30/03/2011)
Ataques a negros e gays (O Globo – 30/12/2011)
Deputado nega racismo e diz que não entendeu a pergunta de Preta Gil (UOL – 29/03/2011)
Deputados pedem investigação sobre Bolsonaro por comentários racistas (UOL – 29/03/2011)
Bolsonaro pede convocação para explicar declarações polêmicas ao Conselho de Ética (Última Instância – 29/03/2011)
Congresso, gays e negros reagem contra declarações de deputado (Folha de S.Paulo – 30/03/2011)
Bolsonaro ataca negros e gays na TV (O Estado de S. Paulo – 30/03/2011)