A Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) divulgou nota pública defendendo o kit educativo Escola Sem Homofobia, que seria utilizado em escolas públicas de todo o país e que teve sua produção e distribuição suspensa pelo governo federal.
Leia a seguir a íntegra do documento:
Natal, 30 de Maio de 2011, NOTA PÚBLICA da Articulação de Mulheres Brasileiras EM FAVOR DA LIBERAÇÃO DO KIT EDUCATIVO ESCOLA SEM HOMOFOBIA No contexto das comemorações do Dia Internacional GLBT e da convocação, pelo Governo Federal, da II Conferencia Nacional GLBT, torna-se no mínimo incongruente o veto da presidenta Dilma ao material educativo ESCOLA SEM HOMOFOBIA. É reconhecido amplamente que a discriminação e o preconceito contra população GLBT , que muitas vezes se faz de forma violenta, é prática corrente na sociedade brasileira e portanto apresenta-se também nas escolas, levando ao desrepeito e promovendo a prática do bulling no ambiente escolar. Esta situação impõe sofrimento a milhares de adolescentes e jovens com sérios prejuízos para sua formação, justo no momento de suas vidas onde mais precisam de apoio e acolhimento. Nós integrantes da Articulação de Mulheres Brasileiras – organizada em 23 estados brasileiros na forma de núcleos, articulações, redes e fóruns estaduais de dezenas de organizações de mulheres feministas – vimos a público nos somar às muitas manifestações dos movimentos sociais contra este veto. ALERTAMOS que o material pedagógico, ao longo de sua produção, foi analisado e aprovado por distintas organizações: Ministério da Justiça, Conselho Federal de Psicologia, UNESCO e UNAIDS, União Nacional dos Estudantes e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e teve uma moção de apoio aprovada pela Conferência Nacional de Educação. DENUNCIAMOS a manipulação grosseira de informação praticada pelos oponentes dos direitos humanos e das liberdades democráticas, que fazem circular informações incorretas e vídeos falsos apresentados como se fossem parte deste KIT pedagógico. EXIGIMOS a apuração e punição dos responsáveis pela produção intencional e divulgação proposital de informações falsas a este respeito; ESPERAMOS que o governo da Presidenta Dilma não recue da defesa dos direitos humanos, e não ceda mais uma vez diante da chantagem e do obscurantismo dos setores religiosos fundamentalistas que, desde a campanha eleitoral de 2010, vem sendo parte da cena política brasileira. REINVIDICAMOS a liberação do material pedagógico com a totalidade de seu teor, já minuciosamente avaliada e aprovada. Articulação de Mulheres Brasileiras
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