“Quando uma mulher nasce na Amazônia, nasce uma defensora”. Essa frase de Claudelice Santos, ativista de direitos humanos e do meio ambiente do estado do Pará, retrata a realidade muitas vezes despercebida até mesmo para as próprias mulheres que dedicam suas vidas para defender seu território, seu modo de vida e suas comunidades.
Na Amazônia, mulheres que estão na linha de frente do combate à exploração ilegal dos recursos naturais da floresta, à invasão de terras e à expropriação de populações sofrem violências que vão muito além de seus corpos. Com Claudelice não foi diferente. Hoje, ela coordena o Instituto Zé Claudio e Maria, organização de defesa dos direitos humanos e do meio ambiente que leva o nome do seu irmão e de sua cunhada, assassinados em 24 de maio de 2011 por defenderem a floresta em pé.
O problema começa na própria invisibilidade dos diferentes conflitos presentes na Amazônia. E se agrava quando as violências e agressões contra as mulheres à frente dessas lutas muitas vezes são tão naturalizadas que algumas delas sequer se reconhecem como defensoras.