(Senado Federal, 29/04/2016) Políticas públicas dirigidas à mulher indígena foi o tema escolhido para a 23ª edição do encontro, no dia 28 de abril, no Plenário 9 da Ala Alexandre Costa do Senado.
A senadora Regina Sousa (PT-PI) coordenou os trabalhos e registrou a importância de se comemorar o dia 19 de abril, dia do índio, com ações que de fato transformem a realidade de vida da mulher indígena. “Precisamos cada vez mais conhecer as necessidades em saúde das mulheres e meninas das comunidades para que o Congresso Nacional atue de forma assertiva na formulação de políticas públicas”.
Cerca de 700 mil índios vivem hoje em aldeias no Brasil, sendo aproximadamente 322 mil mulheres e dessas 155 mil em idade fértil. Os dados foram trazidos por Viviane Inácio, do Departamento de Atenção à Saúde Indígena (DASI), do Ministério da Saúde. Segundo ela, a política é coordenada por 764 equipes multidisciplinares, com o objetivo de promover ações de imunização, saúde mental, saúde bucal e saúde sexual da mulher indígena.
Daiara Tukano, mestranda em Direitos Humanos, Educação e Cultura de Paz e professora na Secretaria de Educação do GDF, defendeu que a elaboração de políticas públicas seja baseada no respeito aos conhecimentos e à autonomia dos povos originários. Ela denunciou o avanço de áreas urbanas sobre territórios de saberes tradicionais em saúde e citou como exemplo a aldeia Cariri Xokó, que há 30 anos habitava parte da área hoje ocupada pelo Setor Noroeste, em Brasília.
Na opinião do especialista Bernardino Vitoy, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), é importante compreender a centralidade do corpo, do idioma e da territorialidade como ponto de partida para formulação de políticas públicas. A médica Maria Angélica Gomes, Consultora do Programa Especial Mais Médicos também participou do encontro.
Juan Alvares, primeiro secretário da Embaixada de Cuba, prestigiou o encontro, ao lado de estudantes, servidores públicos e lideranças políticas.
Em artigo de Daiara Tukano, publicado pela rádio Yandê, a indígena afirma que “a participação das mulheres no movimento indígena está em plena expansão: atuantes na defesa do direito à terra, proteção do meio ambiente, educação, saúde cultura, cidadania e espiritualidade, as mulheres estão cada vez mais presentes e ativas em todos os espaços da sociedade, somando força à luta e ao movimento”.
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