Cuiabá é a única capital que não elegeu mulheres para a Câmara

19 de outubro, 2016

Cuiabá é a única capital do país que não elegeu mulheres para o cargo de vereador, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Todas as 25 vagas da Câmara da cidade serão preenchidas por homens no próximo mandato. A legislatura atual conta com a presença de uma mulher – a vereadora Lueci Ramos, do PSDB.

(G1, 19/10/2016 – acesse no site de origem)

Apesar de terem eleito mulheres, as outras capitais também terão proporções baixas de vereadoras a partir de janeiro do ano que vem. A cidade com a maior representatividade feminina é Natal, em que 8 das 29 vagas da Câmara Municipal vão ser tomadas por mulheres. Isso significa 28% do total de vereadores, índice bem abaixo da proporção encontrada na população do país, em que 51,4% dos brasileiros são mulheres.

Vereadoras eleitas por capital do país nas eleições de 2016

Vereadoras eleitas por capital do país nas eleições de 2016

Vereadoras eleitas por capital do país nas eleições de 2016

Em seguida, aparecem Curitiba (21% das vagas) e São Paulo (20%). Apesar de o percentual não ser tão alto, São Paulo terá mais que o dobro de mulheres em sua Câmara em 2017. Na atual legislatura, são apenas cinco mulheres vereadoras, ou seja, 9% do total. No ano que vem serão 11. Leia mais

Na outra ponta do ranking está Florianópolis: apenas 1 vaga das 23 será destinada a uma mulher em 2017, o que representa 4% do total. Já em Campo Grande e em Vitória, a proporção é de 7%.

Proporção nacional

A proporção de mulheres eleitas para o cargo de vereador se manteve entre as eleições de 2012 e de 2016. Neste ano, 13,5% dos vereadores eleitos são mulheres – ou 7,8 mil de 57,8 mil candidatos. Há quatro anos, o percentual foi de 13,3% – 7,7 mil de 57,4 mil candidatos.Leia mais

Esta é a segunda eleição municipal com a vigência da lei 2.034/2009, que estabelece que “cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo”. O número de candidatas mulheres, no entanto, também não subiu.

Pelo mundo

A representatividade feminina nas câmaras municipais se equivale à do Legislativo federal. Na comparação com a situação mundial, o Brasil tem uma das piores taxas de presença de mulheres do Congresso. Segundo o documento “Mulheres no Parlamento: Revisão Anual”, da União Interparlamentar (IPU), numa lista de 193 países, o Brasil ocupa a 155ª posição em representatividade feminina.

De acordo com o estudo, o Brasil tem apenas 51 mulheres na Câmara (9,9% do total) e 13 no Senado (16%). Estão em posição melhor que o Brasil, por exemplo, países de maioria muçulmana como o Afeganistão (52ª posição), o Iraque (61ª posição) e a Arábia Saudita (93ª). Já as melhores posições são ocupadas por Ruanda – com 63,8% de mulheres na Câmara e 38,5% no Senado – e Bolívia, com 53,1% e 47,2%, respectivamente.

Clara Velasco

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