Apesar da legislação eleitoral incentivar uma maior presença feminina na vida política, apenas 56 municípios do Brasil têm somente mulheres candidatas ao cargo.
(Portal O Dia, 29/09/2016 – acesse no site de origem)
Dos 224 municípios piauienses, apenas dois têm 100% de participação feminina na disputa pelo cargo de chefe do Executivo Municipal nas eleições do próximo domingo (02). Trata-se das cidades de Brasileira e Colônia do Gurgueia, em que todas os nomes que concorrem à Prefeitura são de candidatas do sexo feminino.
Em Brasileira, a 184 Km de Teresina, disputam o cargo de prefeito as candidatas Carmen Veras de Meneses (PP) e Paula Amorim Araújo (PSD). Já em Colônia do Gurgueia, a 486 Km da Capital, concorrem ao cargo as candidatas Alcinele Alves de Araújo (PT) e Lisiane Franco Araújo (PMDB). Com apenas duas Prefeituras tendo 100% de chance de serem ocupadas por mulheres, O Piauí entrou para o grupo de 17 Estados brasileiros com municípios em que apenas mulheres disputam o Executivo Municipal.
As outras unidades federativas com cidades nesta situação são: Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins, Rio Grande do Norte e São Paulo. A maior participação feminina para uma vaga nas Prefeituras está no Rio Grande do Norte, onde oito municípios apenas mulheres se candidataram ao cargo de prefeito. Em São Paulo são sete cidades. Em todo o Brasil, 56 municípios têm somente candidatas mulheres concorrendo ao cargo de prefeito.
Segundo a analista do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) Adriana Sampaio está havendo uma evolução no sentido de favorecer o engajamento da mulher na política como candidata. A norma passou a prever que os partidos e coligações reservassem, para os cargos proporcionais, o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo.
No entanto, de acordo com ela, a participação feminina nas candidaturas começou a crescer consideravelmente a partir de 2009, com a Lei 12.034, que passou a exigir o preenchimento (e não mais apenas a reserva) de no mínimo 30% e no máximo 70% para candidaturas de cada sexo no caso das eleições proporcionais.
“Temos hoje muitas mulheres participando bastante como eleitoras ativas, como cabos eleitorais. Mesmo dentro dos partidos elas já têm uma participação muito maior, como filiadas, mas na hora de saírem candidatas, de concorrerem, isso não acontecia tanto. Então, todos esses processos estão fomentando uma participação maior da mulher, porque estão obrigando os partidos a inscreverem mulheres como candidatas. É uma obrigação, e eles acabam tendo de cumprir, mas ainda é pouco”, acrescenta.
Maria Clara Estrêla