(Universa| 21/05/2021 | Por Isabela Del Monde)
Uma pesquisa publicada em 2018 no “Journal of Economic Behavior & Organization”, realizada por Chandan Jha e Sudipta Sarangi em 125 países, revelou que governos com mais mulheres têm menores índices de corrupção. Um dado que nada tem a ver com a genética, apenas com o fato de que as mulheres, ao ocuparem cargos políticos, formulam políticas públicas que, efetivamente, melhoram a saúde, a educação e o bem-estar.
Mesmo com acesso a poder, algo que, em um primeiro momento, nos faria pensar que elas poderiam se tornar tão corruptas como os homens, isso não acontece. O estudo sugere que é justamente porque as mulheres buscam agir e construir políticas diferentes e de efetiva mudança que a corrupção não aumenta quando elas acessam o poder.
Em 2020, foi publicado na revista “Health Affairs” estudo realizado por pesquisadoras da UFBA (Universidade Federal da Bahia), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), da Universidade de Los Andes, na Colômbia, e pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) que revelou que a mortalidade infantil é menor no Brasil em todas as cidades geridas por prefeitas, independentemente de suas ideologias políticas. Entre 2000 e 2015, a taxa de mortalidade nos 3.167 municípios analisados caiu de caiu de 25,1% para 13,6% enquanto a participação feminina nessas prefeituras foi ampliada de 4,5% para 9,7%.
Já no que diz respeito ao enfrentamento da pandemia de covid-19 e à preservação de vidas, não é mais novidade que os países liderados por mulheres, como a Nova Zelândia, da primeira-ministra Jacinda Ardern, e a Alemanha, de Angela Merkel, tiveram resultados muito melhores: as pessoas se contaminaram e morreram menos e puderam contar com várias políticas públicas de contenção da crise, como testes em massa, rastreio de contato, auxílio emergencial digno, acolhimento a crianças etc.