A disputa presidencial só começa para valer depois de 6 de julho, quando as candidaturas dos partidos e coligações serão oficializadas e a propaganda política passa a ser permitida. Mas as equipes de marketing dos partidos já dão sinais de que começaram a trabalhar para conquistar a simpatia e o voto dos eleitores. Para avaliar a postura que vem sendo adotada pelos principais candidatos à Presidência, o portal R7 Notícias ouviu dois especialistas. Veja a seguir o que eles dizem:
Enquanto o candidato José Serra (PSDB) tem mostrado força em seu discurso, aparece em público com aparência cansada. Já Dilma Rousseff (PT) é criticada pela plástica, mas parece esbanjar vitalidade.
Sobre Serra, o consultor político Luiz Roberto Rech analisa: “a impressão é que ele está abatido. (…) A expressão não passa aquela ideia de que ele é um candidato que quer mudar o Brasil”. Para reduzir esse problema, o especialista diz ter reparado que o pré-candidato vem incluindo jovens em sua campanha. Rech opina que Serra precisa “ter mais mobilidade, sorrir mais e ser mais incisivo na comunicação para mostrar força e vitalidade”.
Já o psicanalista Francisco Daudt avalia que houve melhora na postura de Serra em comparação com a eleição anterior. “Ele melhorou muito sua linguagem. Antes ele dizia que ‘o petismo era o bolchevismo sem utopia’, o que ninguém entendia.” Já em seu discurso no lançamento de sua pré-candidatura, Serra foi objetivo, sem ser populista. “Ele falou para todos os públicos em um linguajar simples”, avalia Daudt.
Sobre Dilma, o psicanalista criticou as cirurgias plásticas. “Tem um ditado que diz que aos 20 anos você tem a cara que Deus te deu, depois dos 40 você tem a cara que merece. A Dilma resolveu burlar esse destino.” Para Daudt, antes das operações a expressão de Dilma não era sorridente: “Agora, quando ela fica cansada de ficar com sorriso de boca e não de rosto, ela cansa e a carranca volta”.
A esse respeito o consultor político concorda: “Ela mudou e mudou para pior. Ela deveria ser a Dilma ministra. A partir do momento em que ela fez essa plástica, o eleitor não vai conseguir fazer a identificação. Parece que se trata de uma Dilma mascarada”. Para o consultor Rech, a campanha deveria aproveitar sua fama de durona ao invés de tentar esconder. “Se ela tem essa fama, ela tem de saber usar essa característica pra dizer que vai usá-la para combater a corrupção. Na Inglaterra, Margareth Tatcher foi primeira ministra com esse jeito de durona.”
Já para mostrar seu lado sensível, ele recomenda que Dilma mostre sua família. “O brasileiro é muito família. Ela deveria apresentar sua filha e neta para começar a atingir o emocional.” E Rech continua: “Ela passa muita vitalidade porque teve um problema muito sério [câncer], e isso foi divulgado muito estrategicamente. Então, se ela pode superar um câncer, ela poderia superar outros problemas. O símbolo de vitalidade é da Dilma”.
Sobre Marina, a candidata do PV, o psicanalista Daudt afirma que sua principal característica é passar a imagem de pessoa simples sem “fazer disso uma bandeira, ao contrário do Lula”. Diz Daudt: “a Marina passa uma coisa madre Teresa de Calcutá não intencional. Ela é séria e agradável. Não acho que ela tenha de fazer modificações para melhorar porque ela já passa a impressão de autenticidade”.
Acesse a matéria: Serra parece cansado e plásticas da Dilma são tiro no pé, dizem especialistas (R7 Notícias – 02/05/2010)
Indicação de fonte:
Fátima Pacheco Jordão – socióloga e especialista em pesquisas de opinião
CulturaData (TV Cultura) e Instituto Patrícia Galvão
São Paulo/SP
Tel.:
Fala sobre: pesquisas de opinião; marketing eleitoral; mídia; estratégias de comunicação