(Folha de S.Paulo) O Senado dos EUA confirmou anteontem a diplomata Liliana Ayalde como nova embaixadora do país no Brasil.
Este era o último passo necessário para ela assumir o posto no lugar de Thomas Shannon, que está no país desde fevereiro de 2010.
Segundo a Folha apurou, a entrega das credenciais pela nova embaixadora à presidente Dilma Rousseff –formalidade que oficializa o início de seu trabalho no país– deve ocorrer nos próximos dois meses. O Itamaraty concedeu o “agrément” (autorização) à diplomata em junho.
No caso de Shannon, que teve sua indicação bloqueada por senadores republicanos durante sete meses em 2009, o tempo entre a confirmação pelo Senado americano e a entrega de credenciais, em Brasília, durou menos de 50 dias.
Em sabatina no Senado americano, Ayalde listou o “tráfico de drogas, de armas e de pessoas” e a “defesa da democracia e dos direitos humanos” como alguns dos “desafios comuns” que precisam ser trabalhados com o governo brasileiro.
“Não quero dizer que o Brasil não tem desafios, ou que não temos diferenças. Mas temos os mecanismos para tratar estes temas de forma construtiva, e os pontos de interesse convergentes ultrapassam em muito nossas diferenças”, disse a diplomata, num discurso bastante semelhante ao adotado por Shannon.
Ayalde disse que pretende promover investimentos entre os setores privados dos dois países para “apoiar o crescimento e gerar empregos” de ambos os lados.
Ela ainda prometeu “trabalhar de perto” com o governo brasileiro para garantir que a Copa do Mundo e as Olimpíadas do Rio sejam eventos “seguros”.
Segundo a diplomata, só em 2012, o Brasil recebeu quase 600.000 turistas americanos –número que deve aumentar em 2014, com a Copa.
ADOLESCÊNCIA NO BRASIL
Ayalde tem 57 anos e é filha de um médico colombiano radicado nos EUA. Na sabatina, disse ter morado por três anos no Brasil durante a adolescência –daí a sua familiaridade com o português, idioma que fala fluentemente, segundo seu currículo.
“O impacto que esse país vibrante e ambicioso teve em mim nunca se esvaiu”, disse Ayalde, que é casada e tem duas filhas.
Atualmente, ela ocupava o cargo de secretária-assistente adjunta para América Central, Caribe e Cuba na área de Hemisfério Ocidental (Américas) do Departamento de Estado.
Antes, serviu como embaixadora no Paraguai (entre 2008 e 2011) e trabalhou por muitos anos para a Usaid (agência americana de ajuda internacional).
Ela será a segunda diplomata de carreira que Washington envia ao Brasil depois do empresário Clifford Sobel (embaixador entre 2006 e 2009).
No meio diplomático, a decisão é vista como um sinal de prestígio.
O destino de Shannon ainda não foi divulgado, mas especula-se que ele assuma a embaixada na Turquia.
Acesse o PDF: EUA confirmam embaixadora para o Brasil (Folha de S.Paulo – 03/08/2013)