Para o procurador-regional eleitoral de São Paulo, André de Carvalho Ramos, o inédito cumprimento da cota de 30% deve ser comemorado, mas o perfil das candidatas acende o sinal de alerta para possíveis candidaturas laranjas
(Veja.com)
Aplicada pela primeira vez neste ano para aumentar a participação feminina na política, a cota de 30% de candidatura por sexo nas eleições proporcionais (para vereador, em 2012) provocou um fenômeno eleitoral em São Paulo: dobrou o número de donas de casa que tentarão se eleger parlamentares nas 645 cidades paulistas.O site de VEJA traçou o perfil de quem disputa uma vaga nas Câmaras Municipais do Estado. Na comparação com as eleições de 2008, o número de postulantes mulheres subiu 76,5%. Naquele ano, elas representavam apenas 22,7% do universo de candidatos. Agora, com a obrigatoriedade dos partidos indicarem um percentual mínimo por gênero, são 32,7%.
O censo eleitoral mostra que a ascensão feminina deve-se em grande parte às mulheres que cuidam de seus domicílios. Entre as profissões mais comuns declaradas pelos candidatos, as donas de casa foram as que mais cresceram entre uma eleição e outra, ultrapassando empresários, professores e aposentados no ranking das ocupações.
Para o procurador-regional eleitoral de São Paulo, André de Carvalho Ramos, o inédito cumprimento da cota de 30% deve ser comemorado, mas o perfil das candidatas acende o sinal de alerta para possíveis candidaturas laranjas. “É um grande avanço. Mas é claro que precisamos fiscalizar depois, na prestação de contas, se essas mulheres realmente fizeram campanha ou se foram usadas pelos partidos apenas para atingir a cota”, afirma.
Acesse em pdf: Com cota feminina, dona de casa vira fenômeno eleitoral (Veja.com – 03/09/2012)
Veja o infográfico no site de origem: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/