(G1) Na semana final da campanha presidencial dos EUA, uma propaganda passava repetidamente no Estado indeciso de Wisconsin. Ela apresentava três mulheres chamadas Connie, Kim, e Anita, que diziam aos telespectadores as razões pelas quais estavam mudando seu apoio do presidente Barack Obama para Mitt Romney.
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A campanha republicana esperava que as mulheres em toda o país seguissem o exemplo do trio, mas Obama foi capaz de preservar a sua coalizão de eleitoras e conquistar um segundo mandato na terça-feira.
Entre as mulheres, Obama venceu Romney com 55% dos votos, contra 43% para o republicano, de acordo com a pesquisa Reuters/Ipsos no dia da eleição. A vitória quase alcançou a vantagem de 13 pontos de Obama entre os eleitores do sexo feminino sobre o republicano John McCain, em 2008.
Romney não fez melhor entre as mulheres, que superaram os eleitores masculinos em 6%, do que McCain fez há quatro anos.
Uma chave para o sucesso de Obama: as questões sociais. Quase duas vezes mais mulheres do que homens consideram assuntos como aborto e casamento homossexual como a questão mais importante que determinou o seu voto, de acordo com dados de pesquisa.
Desde a convenção dos democratas até o discurso político recorrente de Obama e os comerciais da campanha, a equipe do presidente colocou questões como a igualdade de remuneração e de saúde da mulher no centro de seu argumento para a reeleição.
Eles denunciaram Romney por mudar de posição sobre o aborto e os direitos contraceptivos desde a sua eleição em 2002, como governador de Massachusetts com inclinação democrata, e por não apoiar a legislação endossada por Obama que facilita o caminho das mulheres para entrarem na Justiça por motivos de discriminação salarial no trabalho.
Nas urnas em Maplewood, Nova Jersey, na terça-feira, Rose Rios, uma republicana que por duas vezes votou em George W. Bush, disse que estava votando em Obama porque achava que Romney tinha opiniões sociais extremas.
“Os republicanos agora estão muito à direita. Eles não representam as opiniões das mulheres independentes”, disse Rose.
Mulheres consideram a saúde entre suas maiores preocupações, de acordo com dados de intenção de votos da Reuters/Ipsos, uma visão compartilhada por Brandi Bettinghouse, enfermeira, de 26 anos, de Reno, Nevada, que disse que havia mudado seu voto para Obama, em parte por causa de seu apoio às políticas de saúde.
“Eu não votei nele na última vez, mas eu só olhei para as questões e senti que concordava mais com ele”, disse.
A pesquisa Reuters/Ipsos constatou que a economia era a questão mais importante entre as mulheres.
Acesse em pdf: Voto das mulheres foi decisivo para vitória de Obama (G1 – 07/11/2012)