(Denise Luna, da Folha de S.Paulo-RJ) Engenheira de 54 anos fez carreira na Petrobras e na própria agência que vai comandar.
Criada há 14 anos, pela primeira vez a ANP (Agência Nacional do Petróleo) será dirigida por uma mulher.
A engenheira Magda Maria Regina Chambriard, 54, foi nomeada para a diretoria-geral da autarquia pela presidente Dilma Rousseff no Dia Internacional da Mulher.
Magda assume a ANP menos de um mês depois de Graça Foster tomar posse na Petrobras.
Em comum, além do pioneirismo e da paixão obsessiva pelo trabalho, as duas têm a admiração da presidente Dilma Rousseff, que gostou da maneira firme de Magda no caso do vazamento da Chevron em novembro e nas discussões sobre a capitalização da Petrobras, em 2010.
Magda se formou em engenharia civil pela Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1979. Fez pós-graduação na Coppe/UFRJ em engenharia química, especializando-se depois em reservatórios.
Ao contrário do seu antecessor Haroldo Lima, do PCdoB, ela não é ligada a nenhum partido político.
Em 1980, ingressou na Petrobras como estagiária de Newton Monteiro, ex-diretor da ANP, que levou a já experiente ex-estagiária em 2002 para ser sua assistente na autarquia. Seis anos depois, em 2008, Magda se tornou diretora da ANP.
“Eu precisava de alguém que eu conhecesse e confiasse. Ela me ajudou bastante”, disse Monteiro.
Outro ex-chefe que é só elogios, Haroldo Lima, diretor-geral da ANP por oito anos, até 2011, torcia pela nomeação de Magda.
“A presidente Dilma conseguiu unificar o setor de petróleo sob a égide das mulheres”, afirma Lima, que considera a executiva equilibrada, competente e capaz de defender suas posições.
“Ela fala baixo, mas, nas reuniões, em determinados instantes, ela manifestava opiniões com muita energia, embora sempre fraternal”, define Lima.
Carioca, flamenguista, moradora da Lagoa, casada com um cirurgião de mãos, Magda chega cedo e sai tarde todos os dias do trabalho. Só as duas filhas gêmeas de 18 anos são capazes de mudar um pouco sua rotina, conta Lima.
“Uma rara vez ela chegou atrasada e eu perguntei por quê. Ela tinha levado as filhas para exame de motorista, mas foi uma única vez mesmo”, diz o ex-diretor-geral.
Acesse em pdf: Magda Chambriard é 1ª mulher a dirigir a ANP (Folha de S.Paulo – 10/03/2012)
(Tânia Monteiro, de O Estado de S. Paulo-DF, e Sabrina Velle-RJ) A presidente Dilma Rousseff decidiu nomear ontem a engenheira Magda Maria de Regina Chambriard para o cargo de diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Como ela já faz parte da diretoria do órgão, a nomeação não terá de passar por uma nova apreciação do Congresso.
Magda Chambriard substituirá na direção-geral Florival Rodrigues de Carvalho, que ocupava o cargo interinamente com a saída de Haroldo Lima. Engenheira especializada em Exploração e Produção com carreira na Petrobrás, Magda contava com a simpatia de Dilma. As duas se aproximaram quando a presidente era ministra da Casa Civil e Magda diretora da agência, cargo que ocupa desde 2008.
Com a nomeação de uma engenheira de carreira no setor, Dilma segue o mesmo perfil adotado por ela na Petrobrás, com a indicação de Maria das Graças Foster, também técnica, para a presidência da estatal.
Magda ingressou na Petrobrás em 1980 como estagiária e migrou para a ANP em 2002 como assessora da diretoria. Seu nome foi cotado para a diretoria de Exploração de Produção da Petrobrás, recentemente assumida por José Formigli. Foi nessa diretoria, na área de Novos Negócios, que Magda atuava até 2001, antes de deixar a estatal.
Haroldo Lima (PCdoB) deixou a diretoria-geral da ANP em dezembro. Foi Lima quem indicou Magda para a diretoria em 2008, numa nomeação que contou com o apoio do PT e do PCdoB. Com Lima, ela participou da elaboração do novo marco do setor de petróleo.
Também foi sob seu comando que a ANP contratou a Petrobrás para perfurar os blocos de Franco e Libra, que posteriormente se confirmaram como dois dos maiores do Brasil. A nomeação direta pela Presidência da República garante à diretora a liderança da agência até novembro, quando expira o seu mandato de quatro anos, aprovado pelo Senado em 2008. Após este período, Magda precisaria ser reconduzida ao cargo e poderia ter de passar por nova sabatina no Senado.
Acesse em pdf: Dilma nomeia Magda Chambriard para ANP (O Estado de S. Paulo – 09/03/2012)