(G1) O portal de notícias publicou matéria sobre a importância das mulheres nas eleições e as estratégias dos candidatos para conquistar o voto feminino.
As mulheres são maioria do eleitorado brasileiro desde 2000, representando hoje 51,8% dos votos no país: são 69,4 milhões de votos femininos e 64,4 milhões de eleitores homens.
Nesta eleição, dos três principais candidatos à Presidência há duas mulheres – Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) -, que pela última pesquisa Ibope somam 46% das intenções totais de voto. E até o momento José Serra (PSDB) tem se mantido como o preferido do eleitorado feminino, com 38% dos votos entre as mulheres, contra 33% de Dilma e 10% para Marina.
Dilma Rousseff
“O Brasil do Lula será governado com a alma e o coração de uma mulher”, declarou Dilma Rousseff no lançamento oficial de sua candidatura.
Para o cientista político Antonio Lavareda, especialista em campanhas eleitorais e filiado ao PSDB, o baixo rendimento de Dilma Rousseff entre o eleitorado feminino teria duas possíveis razões: uma é o suposto desconhecimento de Dilma – e de sua condição de candidata de Lula – entre as eleitoras mais pobres; outra possível razão é a ‘herança’ de Lula, que sempre teve menos votos entre as mulheres nas cinco eleições majoritárias que disputou até hoje.
Consultor em marketing político, Chico Santa Rita aponta a primeira hipótese como principal motivo das dificuldades da candidata do PT e minimiza o peso do gênero nas eleições, dizendo que a votação de homens e mulheres nos candidatos tende a se equilibrar no decorrer da campanha. “A questão de gênero não existe na eleição”, afirma Santa Rita.
Para o presidente do PT, José Eduardo Dutra, as eleitoras demandam “mais cuidado” para serem conquistadas. “A mulher demora mais a se definir, é mais desconfiada, quer mais informação. Pesquisas mostram que há mais indecisas do que indecisos”, afirma Dutra.
Marina Silva
Para o coordenador da campanha do Partido Verde, João Paulo Capobianco, há uma identificação de Marina – que teve infância pobre no Acre e foi analfabeta até os 16 anos – com mulheres pobres e excluídas. “Há uma identidade muito forte entre esses grupos de mulheres pobres que têm uma preocupação grande com o futuro e que querem buscar caminhos diferentes”, afirma Capobianco. Em sua avaliação, a pressão pela ampliação do espaço das mulheres na política e a grande população mestiça no país abrem uma “janela de oportunidade” para a candidatura de Marina, que já declarou que quer ser a primeira presidente negra do país.
José Serra
Já o PSDB aposta na atuação de Serra na área da saúde para conquistar as eleitoras. “As mulheres são muito tocadas por essa questão. Geralmente, elas veem isso como uma questão prioritária”, diz a senadora Marisa Serrano (MS), vice-presidente do PSDB e responsável pela coordenação da agenda de Serra.
“Eleição não é questão de gênero, como não é questão de etnia, de raça, de credo religioso. A escolha deve ser feita em cima da competência, do comprometimento e da seriedade”, defende a senadora.
Leia na íntegra: Papel da mulher na eleição alcança centro do debate político no Brasil (G1 – 20/06/2010)