(Yahoo Notícias) A travesti Andrielly Vogue é oficialmente pré-candidata a Câmara Municipal de Curitiba pelo PT. Andrielly foi candidata em 2008 e tentou se candidatar para a Assembleia Legislativa em 2010, quando acabou ficando de fora da lista de candidatos por decisão do partido, o PT.
– Fiquei muito decepcionada – disse ela, que cogitou deixar a legenda.
Sua madrinha política é a ministra Gleisi Hoffmann que lhe abriu as portas da convenção dos pré-candidatos petistas. A travesti quer concorrer na cota feminina – a lei exige que pelo menos 30% dos candidatos de um partido a uma eleição proporcional sejam mulheres – e diz que já frequenta a Câmara diariamente.
O GLOBO – Pretende se candidatar à Câmara?
ANDRIELLY – Já me sinto uma pré-candidata à vereadora e dentro da Casa Legislativa me sinto a vereadora. Tive alguns problemas dentro do cinema que eu gosto de frequentar. Disseram para a polícia que eu ia bêbada e drogada, o que não é verdade. Não uso nada disso. Os vereadores aqui me apoiaram nisso. Eu fico aqui na Câmara na parte da manhã e atendo o povo. Perco dinheiro sabia? Porque fico aqui sem ganhar nada.
O GLOBO – Você vai se candidatar na cota feminina do PT?
ANDRIELLY – Sim. Esse é um desejo meu um direito. Em 2008, fui candidata a vereadora. Em 2010, queria me candidatar para a Assembleia Legislativa. O partido me registrou como José Adriano Elias (nome de registro de Andrielly) e, além de tudo, veio ordem da direção nacional para abrir espaço para os outros partidos da coligação. Acabei ficado de fora. Fiquei muito decepcionada com o partido e cheguei a ir pra Justiça. Cheguei para o presidente do PT no Paraná (o deputado estadual Ênio Verri) e perguntei se ele queria que eu deixasse o partido. Ele disse que não. Que eu deveria ficar. Aí fomos nos entendendo. Agora quem me ajudou muito a doutora Gleisi (Gleisi Hoffman, ministra-chefe da Casa Civil). Ela conquistou a executiva estadual e me garantiu no encontro dos pré-candidatos do PT. Ela me ajudou muito.
O GLOBO – No que mais a ministra te ajudou?
ANDRIELLY – Eu 2009, eu fui na escola de governo, convidada pelo ex-governador Roberto Requião (hoje senador pelo PMDB). Na época, tinha levado um tiro na perna, mas ninguém de lá me ajudou e estavam todos os secretários. Quem me ajudou foi a Gleisi. É uma mulher de caráter.
O GLOBO – Como será sua campanha?
ANDRIELLY – Barata e humilde. Quero trabalhar com as minorias marginalizadas, como usuários de drogas, travestis e portadores do vírus HIV.
Acesse em pdf: Travesti quer se candidatar a vereadora na cota feminina do PT (Yahoo Notícias – 27/12/2011)