29/01/2014 – Participação política feminina cresce, mas segue baixa

29 de janeiro, 2014

(Gazeta do Povo) A participação das mulheres na disputa eleitoral aumentou nos últimos anos no Brasil, mas o país ainda é um dos campeões mundiais de desigualdade de gênero quando se trata da eleição para cargos políticos. Apesar de compor 53% da população do país, a representatividade delas no parlamento, por exemplo, é uma das mais baixas do mundo. Entre 146 países analisados pela União Interparlamentar, o Brasil ocupa a posição 119 nesse quesito.

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– Eleições 2014: cota de gênero incentiva participação das mulheres (Portal do TRE/RJ)

Nas eleições de 2010, 45 deputadas federais foram eleitas – quase 40% a mais que em 1986 – mas isso representa apenas 9% das cadeiras na Câmara dos Deputados. Além disso, o porcentual se mantém praticamente estagnado desde 2002, apesar de o número de candidatas mulheres para o cargo ter quase dobrado no período, segundo estatística da Agência Patrícia Galvão.

Nas assembleias legislativas do país, a baixa representatividade feminina se mantém. Enquanto o número de candidatas mulheres ao parlamento estadual cresceu 50% nos últimos três pleitos, o porcentual de eleitas se manteve próximo de 13%. Já o número de candidaturas femininas para os governos estaduais diminuiu: em 2002, eram 20; em 2006, passou para 26; mas, em 2010, caiu para 18. Nas três eleições, o Brasil elegeu, no máximo, três governadoras.

Presidência

Para a Presidência da República, o índice de candidaturas femininas se manteve em pouco mais de 20% nas duas últimas eleições, enquanto que, em 2002, não houve nenhuma mulher concorrendo ao cargo político mais importante do país. Já em 2010, a primeira mulher foi eleita ao cargo no país: Dilma Rousseff.

“Ainda há uma grande desigualdade dentro dos partidos. O espaço da política partidária foi organizado pelos homens e para os homens”, observa a Coordenadora da União Brasileira de Mulheres, Elza Maria Campos.

A votação em lista fechada nos partidos, com intercalação do nome de candidatos de ambos os sexos, é uma solução proposta pelo Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) para haver maior representatividade feminina.

No estado

O levantamento da Agên­­cia Patrícia Falcão mostra que o Paraná apresenta o mesmo cenário que o Brasil na representatividade feminina. De 2002 até 2010, enquanto que o número de candidatas à Assembleia Legislativa mais que dobrou, o porcentual de cadeiras ocupadas por deputadas estaduais foi de, no máximo, 9% (em 2006, quando cinco mulheres venceram o pleito).

Na representatividade feminina do estado na Câmara dos Deputados, a situação mudou pouco: o número de candidatas à vaga de deputada federal cresceu quatro vezes, enquanto que o estado elegeu, no máximo, duas mulheres para o parlamento federal, em 2010. Já o número de candidaturas femininas para o Senado diminuiu de 2002 para 2010, mas, pela primeira vez, o Paraná elegeu uma representante mulher no cargo, no caso, Gleisi Hoffmann (PT).

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