Entrevistado pela Agência Patrícia Galvão, o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves (IBGE) analisa o quanto a força política das mulheres dentro do partido irá refletir no seu poder de decisão e no aumento do número de candidaturas de mulheres.
Com mais mulheres nos partidos, haverá mais mulheres no Executivo e no Legislativo
José Eustáquio Diniz Alves – demógrafo
Professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE
Rio de Janeiro/RJ
(21) 214246 89 / 2142-46 96 / 9966 6432 – [email protected]
“No século 20, a grande luta das mulheres foi pelo direito ao voto. No século 21, a luta é pela paridade de gênero no espaço de poder. Ao aprovar a cota de 50% para mulheres, o PT está em conformidade com o que está se discutindo no mundo todo. É importante destacar que não existe uma lei; é o próprio partido que está se adiantando e instituindo, em seu estatuto interno, a paridade. Por ser um partido grande, que elegeu uma presidenta da república, irá servir de referência para os outros partidos.
Em si só, a medida já é um avanço muito grande, porque os partidos são estruturas importantes. Além disso, as direções influenciam as candidaturas, ou seja, quanto mais mulheres nas direções partidárias, mais apoio a mulheres para se candidatarem. Os partidos que têm mulheres na sua estrutura partidária conseguem eleger mais mulheres.
Por outro lado, é sempre um grande entrave se não há mulheres na estrutura partidária, mas somente homens decidindo. Elas não conseguem ganhar espaço. Portanto, com mais mulheres na direção dos partidos, haverá mais mulheres no Executivo e no Legislativo. Quanto maior a igualdade de gênero nos espaços de poder, maior o benefício para as mulheres e para a população excluída do país.”
