(Geledés, 17/08/2015) Na escola e na universidade, junto as colegas costumava mobilizar abaixos assinados e cartas abertas, solicitando ou mesmo reclamando algo que considerava de interesse coletivo.
Esse foi o caminho inicial na carreira política que muitas mulheres ganharam espaço. Porém, muitas jovens possuem certa resistência em ascender na pirâmide do poder.
Pois não se identificam com aquela seção política e econômica do jornal, mostrada com homens de terno e uma rivalidade masculinizada, parecendo mais comentaristas de futebol, justificando se foi falta ou não.
Para uma pessoa com conhecimento mais aprofundado e detalhista sabe que: Tentam mostrar que a formação de opinião política é coisa de homem de perfil privilegiado. Mas sabemos que não é bem assim.
E a mulher que participa de reuniões de Ongs, movimentos sociais, partidos, ou executivas de alto escalão e ate mesmo lideres religiosas, sabe que os tempos mudaram. Ou começaram a mudar em alguns espaços de interesse politico, que possuem ações de protagonismo feminino além da figuração feminina, como as primeiras damas com a escova em dia.
No Brasil ainda é pequena a notoriedade da representação política feminina principalmente em grandes cargos governamentais como o senado ou parlamento. A presidência é uma excessão pioneira no Brasil o Chile e a Argentina, também passaram, pela relação de estranhamento de gênero.
E as lideres enfrentam questionamentos da “postura adequada de uma mulher”; se é heterossexual ou se esta bem vestida para a cerimonia? Não defendo que o poder de gestão feminina é melhor ou tem um diferencial que acrescenta se for eleita. Mas vale a pena conhecelas de perto.
Estudar uma representante política, não é diferente do que curtir uma banda de rock. Lemos sobre a sua biografia, vamos ao seu show ou vemos a sua fala, acompanhamos as novidades no feed de noticias, sobre as ações que tem feito e ainda comentamos no nosso grupo como ela no auge da governança, poderia proceder melhor e até desistir de tal intento.
Pronto e nem doeu nada, isso é uma juventude feminista e consciente. Não só na overdose das informações que confere apoio ou indignação nas eleições.
Já a participação política partidária, é mais interessante ainda. Pois é uma aprendizagem constante. São politicas publicas que sabemos em primeira mão, são grupos de varios interesses que se encontram em uma marcha (passeata), trabalhadoras, donas de casa, quilombolas, LGBT e muito mais.
Com a finalidade de construir, reconstruir e expressar ideias. Esse processo demanda, negociação com as pessoas e plenárias sobre a prioridades de pautas. Não que seja fácil, trabalhar em grupo. Para a mulher que começa a militância é duas vezes mais difícil, para quem já foi oprimida ou sofre algum tipo de retaliação pela “costumeira” violência de gênero.
Mas só quem fica nas reuniões, sabe o prazer que tem a atividade intelectual, interativa e a organização para a conquista de ações ideais e concretas que podem conferir um bem viver, contemplando você mulher negra.
Conheça mais sobre as autoridades que fazem visibilidade a nossa causa, negritude, cultura e comunidades em vulnerabilidade social.
Benedita Souza da Silva Sampaio – Ex empregada domestica, graduada em serviço social e proveniente da periferia, teve uma carreira meteórica sendo a 1º senadora negra em 1992) e prosseguindo em outros cargos de vida política ate o ano de 2010.
Maria Olivia Santana – A vida publica para a Maria Olivia, começa cedo a participar da militância estudantil. É no movimento negro que ela passa a integrar cargos importantes como dirigente da Unegro e em 2015 assumiu a Secretaria de Politica para as Mulheres.
Leci Brandão da Silva– Atual Deputada Estadual reeleita em 2014 pelo Estado de São Paulo, acumula o ofício de cantora renomada. A sua pauta de trabalho é focada em negritude, racismo e difusão da cultura.
por Francielle Costacurta via Guest Post para o Portal Geledés
Acesse no site de origem: Quem são as mulheres negras na política? (Geledés, 17/08/2015)