“Na crise econômica e financeira que o mundo atravessa, não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar o saber das mulheres”, ressaltou parlamentar de Portugal
A importância de mais mulheres na política e nas empresas foi debatida nesta terça-feira (4) durante a Conferência da Rede de Mulheres Parlamentares da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O evento, que acontece na Câmara dos Deputados, termina nesta quarta-feira.
(Câmara Notícias, 04/04/2017 – acesse no site de origem)
“Garantir vagas para as mulheres nos altos cargos de grandes empresas é aproveitar o conhecimento das mulheres e garantir desenvolvimento econômico para os países”, disse a deputada portuguesa Elza Pais, em audiência sobre o combate à discriminação de gênero no mercado de trabalho.
Elza Pais destacou o exemplo de Portugal, que por meio de uma lei aprovada em 2006, conseguiu aumentar a participação feminina para 33% do total de deputados no país. Agora, os parlamentares estudam a adoção de uma norma que amplie a presença feminina em empresas estatais.
“As nossas culturas têm se organizado de forma a desperdiçar o saber das mulheres. As mulheres são muito qualificadas, têm muito saber. Na crise econômica e financeira que o mundo atravessa, não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar o saber das mulheres”, afirmou.
Espaços de poder
Presidente da Rede Mulher da Assembleia Parlamentar, a deputada Rosângela Gomes (PRB-RJ) disse que todas as discussões realizadas até agora demonstram a importância de mais mulheres ocupando os espaços de poder.
“Enquanto as mulheres não despertarem para os espaços de poder – o lugar em que definimos as políticas que queremos para nossas vidas –, todos os setores da sociedade ficarão capengas”, disse. Para a deputada, a ausência de representação feminina traz impactos em diferentes setores, sejam na economia, na saúde e até na violência doméstica.
Empreendedorismo
A gerente de programas da ONU Mulheres, Ana Carolina Querino, afirmou que o empreendedorismo é uma forma de dar às mulheres mais poder sobre suas vidas, mas a maioria delas ainda enfrenta dificuldades para ampliar sua ação empresarial. Para ela, políticas públicas podem reduzir essas dificuldades.
“A criação do microempreendedor individual, com incentivos e facilidades para a formalização, fez com que entre 2009 e 2014 aumentasse em 800% a quantidade de mulheres microempreendedoras formalizadas”, afirmou.
Ana Carolina Querino defendeu ainda igualdade de salários como forma de garantir condições adequadas de vida para as mulheres. Segundo dados da ONU, a diferença salarial média entre homens e mulheres é de 27%. No Brasil é de 30%, mas chega a 40% na comparação entre homens brancos e mulheres negras.
Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Ralph Machado