Presença de mulheres negras cresce nas universidades, mas diferença para estudantes brancas é de quase o dobro

Foto: Suad Kamardeen/Unsplash

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13 de dezembro, 2023 O Globo Por Ana Carolina Diniz

Levantamento do Cedra analisou e cruzou dados da PNAD contínua e do Censo da Escolar

Houve uma significativa mudança no perfil do acesso à graduação, com a presença de mais pessoas negras após a aprovação da Lei de Cotas, em 2012, mas a distância em relação aos brancos ainda persiste. É o que mostra um levantamento inédito realizado pelo Cedra (Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais), que analisou e cruzou dados da PNAD contínua e do Censo da Escolar (Educação Básica) de 2012 a 2019.

O estudo aponta que houve um pequeno aumento na presença de mulheres negras no Ensino Superior entre 2016 e 2019, passando de 15, 2% para 16, 9%, porém a diferença entre as estudantes brancas é de quase o dobro (29,4%).

Outro ponto de atenção é em relação à conclusão dos cursos de graduação: em 2012, apenas 6,6% das pessoas negras acima de 25 anos concluíram o Ensino Superior, em comparação com 18,7% das pessoas brancas. Em 2019, a distância permaneceu praticamente a mesma, com taxas de 11,1% para negros e 25% para brancos.

– Os dez anos de existência da lei de cotas no ensino superior apresentaram resultados efetivos, o que demonstra que ações afirmativas na educação funcionam. No entanto, precisamos avançar no sentido de fortalecer políticas de apoio à permanência dos estudantes negros nas universidades até sua conclusão – avalia Marcelo Tragtenberg, integrante do Conselho Deliberativo do Cedra, uma instituição é formada por pensadores das relações raciais, especialistas em ciência de dados, estatísticos, economistas e cientistas sociais.

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