Síntese de Indicadores Sociais – IBGE, 2009

27 de outubro, 2009

Mulheres continuam a estudar mais e a ganhar menos
A Síntese de Indicadores Sociais divulgada pelo IBGE no início de outubro mostra que as mulheres continuam a avançar no trabalho e na educação, mas também persiste a desigualdade salarial em relação aos homens. Segundo o IBGE, entre 1998 e 2008 aumentou de 64,8% para 68,5% o índice de mulheres de 20 a 24 anos no mercado de trabalho. No grupo de 16 a 24 anos, a taxa de atividade (porcentagem de pessoas economicamente ativas em relação ao total das que estão em idade ativa) subiu de 53,6% para 58,3% entre as mulheres.

Mulheres urbanas e rurais têm maior escolaridade
Entre as pessoas com 12 anos ou mais de estudos, 57% eram mulheres. Em 2008, a média de escolaridade das mulheres ocupadas na área urbana foi de 9,2 anos de estudos, enquanto para os homens foi de 8,2. Também na área rural a média de anos de estudo é maior entre as mulheres (5,2 anos, contra os 4,4 anos de estudos para os homens).

Empregadoras e domésticas têm menor rendimento
O rendimento médio dos homens é sempre superior ao das mulheres. A maior diferença ocorre na posição de empregador, em que os homens ganham, em média, R$ 3.161, enquanto as mulheres apenas R$ 2.497, ou seja, as empregadoras recebem 22% a menos que os empregadores. Mesmo com maior escolaridade, a proporção de mulheres dirigentes (4,4%) ainda é inferior à dos homens (5,9%).

A menor diferença entre os rendimentos de homens e mulheres é na posição de empregado sem carteira assinada. Enquanto 15,8% das mulheres ocupadas eram trabalhadoras domésticas, com carteira ou sem carteira assinada, apenas 0,8% dos homens ocupados ocupavam esta categoria. O rendimento médio das domésticas sem carteira é de R$ 298, enquanto o dos homens atinge a média de R$ 404. Ainda sobre a categoria de trabalhador doméstico, destaca-se o grande contingente de meninas de 10 a 15 anos ocupadas nessa posição, que chega a 136 mil conforme dados da PNAD/IBGE de 2008.

Outros destaques da pesquisa
O estudo revelou também uma sobrerrepresentação de trabalhadoras domésticas de cores/raças preta e parda. No Brasil, a proporção de mulheres pretas e pardas acima de 10 anos é de 51,5%, enquanto a proporção de empregadas domésticas era de 60,9%. No Sudeste, para cada 100 empregadas domésticas brancas, há 177 pretas e pardas.

Outra atividade realizada principalmente pelas mulheres, e praticamente invisível na sociedade como forma de trabalho, é a realização dos afazeres domésticos. Do total das mulheres ocupadas, 87,9% declararam cuidar dos afazeres e do total dos homens, 46,1%. O número médio de horas na semana dedicado a esses afazeres é de 20,9 para as mulheres e de apenas 9,2 para os homens.

Acesse o release divulgado pelo IBGE ou a publicação em pdf

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