Mesmo com avanços legislativos na proteção dos direitos das mulheres, as diferenças de gênero no mercado de trabalho continuam maiores do que o esperado, segundo o relatório “Mulheres, Negócios e a Lei 2024”, publicado hoje pelo Banco Mundial. A entidade estima que o fim da desigualdade de gênero pode provocar um aumento de mais de 20% no PIB global.
“Mulheres têm o poder de impulsionar a economia global, que está patinando”, disse Indermit Gill, Economista-Chefe do Banco Mundial. “No entanto, em todo o mundo, leis e práticas discriminatórias impedem as mulheres de trabalhar ou iniciar negócios em igualdade de condições com os homens. Fechar essa lacuna poderia aumentar o PIB global em mais de 20% – essencialmente dobrando a taxa de crescimento global na próxima década – mas as reformas têm avançado a passos lentos”.
O estudo mostrou que mesmo com o aumento de leis para a proteção dos direitos das mulheres no mercado de trabalho, elas têm cerca de 64% dos direitos assegurados a homens. A situação fica pior quando é avaliada a aplicação dessas regras. Segundo o Banco Mundial, entre as 190 economias avaliadas, menos de 40% impuseram medidas para a implementação total das regras de igualdade de gênero.
O relatório mostra também que apenas 98 países promulgaram legislações que exigem salários iguais para homens e mulheres que desempenham funções iguais. No entanto, apenas 35 países, menos de um quinto das economias avaliadas, adotaram medidas de transparência salarial ou mecanismos de acompanhamento sobre a questão da diferença de ganhos.
Com a falta de aplicação das leis de igualdade de gênero, o Banco Mundial estima que mulheres ganham, em média, apenas 77 centavos para cada dólar pago aos homens.