Home office não fez assédio no trabalho diminuir. Ao contrário, deixou assediadores mais confortáveis para cometer abusos

11 de junho, 2021

Trabalho remoto tornou mais fácil para alguns funcionários exercerem poder sobre aqueles que eram comparativamente mais vulneráveis. Pesquisas demonstram que mulheres, especialmente as lésbicas, pessoas negras e de origem asiática estão significativamente mais expostas a esse tipo de comportamento

(O Globo| 11/06/2021 | Leah Fessler, do New York Times| Acesse a matéria completa no site de origem)

No ano passado, quando os escritórios foram fechados e as mesas da cozinha se transformaram em escrivaninhas, contemplar as possíveis vantagens da nova dinâmica de trabalho parecia um meio de sobrevivência. Houve muito tumulto e muitas perguntas. Entre elas: uma vez que todos nos tornássemos caixas no Zoom ou bolhas de texto em um bate-papo, e depois que estivéssemos fisicamente separados de colegas e clientes, os incidentes de assédio no local de trabalho diminuiriam? Infelizmente, essa possibilidade foi descartada rapidamente.


O que é assédio virtual?

Kalpana Kotagal, sócia do grupo de direitos civis e emprego Cohen Milstein, explica que o assédio no local de trabalho de qualquer tipo ocorre quando um funcionário usa características protegidas — como raça, gênero, orientação sexual, senioridade ou status socioeconômico — para exercer poder sobre um colega ou membro da equipe. O resultado é o chamado ambiente de trabalho hostil — um espaço que parece inseguro, ameaçador para a identidade de alguém e até inibir funcionários de fazerem seu trabalho.

—  Palavras podem ser assediadoras, imagens podem ser assediadoras e comportamentos ameaçadores podem ser assediadores, seja pessoalmente ou não — disse a especialista.

O que surpreendeu muitos especialistas foi até que ponto o trabalho remoto tornou mais fácil para alguns funcionários exercerem poder sobre aqueles que eram comparativamente vulneráveis. Isso ocorre porque os canais por meio dos quais ocorre o trabalho remoto — texto, telefone, vídeo — muitas vezes não são monitorados e registrados ou ocorrem fora das plataformas fornecidas pelo empregador.

Saber que ninguém está olhando pode encorajar o jogo sujo também. Em um ambiente de escritório presencial, os transeuntes podem ser “uma fonte de proteção se forem treinados, capazes ou corajosos o suficiente para dar um passo à frente e denunciar”, afirmou Kotagal. Mas trabalhar em casa nos priva de testemunhas; o colega que poderia ouvir um comentário indevido no escritório não está presente quando estamos em uma ligação em casa.

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