Infância perdida no maior polo produtor de joias do país; mulheres e filhos vivem em situação de vulnerabilidade

Foto: Gerd Altmann/Pixabay

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04 de julho, 2023 AzMina Por Juliana Aguilera

A cidade de Limeira (SP) é responsável por 60% da produção nacional de joias, semijoias e bijuterias, mas famílias de mães solo são empurradas para informalidade e trabalho infantil

Os preços atrativos das joias, semijoias e bijuterias em Limeira, interior de São Paulo, carregam um custo injusto e velado: o trabalho informal de famílias inteiras, muitas chefiadas por mães solo. A “Capital das Joias” responde por cerca de 60% da produção nacional dos produtos reluzentes, mas, em 2009, após denúncias graves, precisou fazer um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O setor e o município deveriam erradicar o trabalho infantil na região, mas a promessa foi para o fundo da gaveta em 2022.

Quase 15 anos depois, a presença de crianças e adolescentes persiste no chamado “trabalho de rua”, que nada mais é do que a terceirização e a quarteirização do serviço. A cidade tem cerca de 1.500 empresas no setor, e mais da metade (54%) dos estabelecimentos de semijoias legalizados terceirizam alguma etapa da produção, conforme estudo ainda de 2011. Na competição com o mercado chinês, a precarização cresceu.

Miriã Botelho, 24 anos, foi explorada na produção de joias. Começou aos 9 anos e trabalhou até os 16. Com o dinheiro, comprava material escolar e, após engravidar, aos 14 anos, fez o enxoval da primeira filha. “Ao longo do tempo acabei precisando usar óculos. Era muito cansativo. Eu estudava de manhã, fazia curso à tarde e trabalhava de noite e de madrugada”, relata. Além de montar peças, Miriã fazia a solda fria e quente para ganhar mais. No bairro onde mora, ela diz que a prática segue muito comum entre os menores de idade.

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