(El País, 22/06/2016) Movimento ‘Jornalistas contra o Assédio’ expõe o machismo que mulheres sofrem no exercício da profissão
A demissão de uma repórter do portal IG pouco depois de ela ter feito uma denúncia de assédio contra o cantor Biel motivou a campanha “Jornalistas contra o Assédio”, que relata as situações de machismo vividas no cotidiano de repórteres mulheres, redatoras e assessoras no exercício da profissão.
De acordo com matérias do próprio portal, Biel chamou a repórter, de 21 anos, de “gostosinha” em uma entrevista e disse que a “quebraria no meio” se eles mantivessem relações sexuais. Ela registrou queixa na Delegacia da Mulher contra ele e o IG prometeu que daria todo apoio à profissional. Mas ela foi dispensada menos de um mês depois de o caso ser denunciado.
Criada na última segunda-feira, a campanha lançou um vídeo com depoimentos de profissionais que já foram vítimas de investidas de cunho sexual e sofreram situações de assédio moral ou foram preteridas por colegas homens por conta do gênero.
Nesta quarta, um tuitaço com a hashtag #jornalistascontraoassédio reuniu mais algumas histórias.Veja algumas delas:
“Com esse decote vc vai longe” (não tinha decote) #jornalistascontraoassédio
— Julianna Granjeia (@judinanina) 22 de junho de 2016
“Equiparei o teu salário ao ‘dele'”. “Ele” tocava UMA editoria, enquanto eu comandava CINCO. #jornalistascontraoassédio
— Lisiane Oliveira (@lisianeoliveira) 22 de junho de 2016
“Posso te dar uma exclusiva se for boazinha?” #jornalistascontraoassédio
— Marília Ruiz (@mariliaruiz) 22 de junho de 2016
“Podemos fazer a entrevista dentro do meu carro” #jornalistascontraoassédio
— Fernanda Lopes (@feernandalopes) 22 de junho de 2016
Qdo eu trabalhava com política e frequentava eventos do tipo, passei a usar aliança falsa para ter um pco de paz. #JornalistasContraOAssedio
— Priscila Vanti (@PriscilaVanti) 22 de junho de 2016
“Acho que homem aguenta mais o tranco de cobrir uma manifestação. É tudo pela sua segurança, entenda” #jornalistascontraoassédio
— Jana G (@janainagarcia) 22 de junho de 2016
“Mulher no rádio tem que ter voz de cama. Tu tem voz de cama” #jornalistascontraoassedio
— Geórgia Santos (@GeorgiapSantos) 22 de junho de 2016
editor pediu pauta de “atleta” gostosa só porque a assessoria mandou foto dela sendo gostosa. a notícia? nenhuma. #jornalistascontraoassédio
— adribrum (@adribrum) 22 de junho de 2016
Não dá para trabalhar em jornal e ser mãe; ou é mãe ou é repórter #jornalistascontraoassédio
— Giovanna Balogh (@maesdepeito) 22 de junho de 2016
“Mas tem mta mulher nesta redação. Precisamos contratar homens pra balancear” #JornalistasContraOAssédio
— Unbreakable Nivia (@nivia_) 22 de junho de 2016
Talita Bedinelli
Acesse no site de origem: O machismo na redação dos jornais, em dez tuítes (El País, 22/06/2016)