Uma em cada quatro adolescentes brasileiras não tem um pacote de absorventes à mão quando a menstruação chega. Quase 20% não têm acesso à água em casa e mais de 200 mil estudam em escolas com banheiros sem condições de uso.
Os dados da chamada pobreza menstrual estão no relatório Livre para Menstruar, produzido pelo movimento Girl Up, com apoio da Herself, que aponta saneamento básico, acesso a produtos menstruais e informação como soluções possíveis para o problema.
“Muitas meninas faltam às aulas todos os meses por não ter absorvente”, diz Beatriz Diniz, 19, uma das líderes do Girl Up e reconhecida como Jovem Transformadora pela Ashoka. A ONU estima que 1 em cada 10 meninas se ausente da escola durante a menstruação.
Em 2020, quando organizações sociais distribuíam cestas básicas em comunidades do Rio de Janeiro, o coletivo percebeu que protetores íntimos eram considerados itens de beleza e, por isso, não faziam parte dos kits.
“Se feijão é essencial, por que absorvente não é?”, questionou Beatriz. O grupo criou a campanha #AbsorventeUrgente e conseguiu distribuir 60 mil produtos menstruais em um mês.