5 notícias que mostram progresso na luta contra a violência de gênero no Brasil e no mundo

26 de novembro, 2025 Marie Claire Por Bruna Liu

Em meio a dados alarmantes, o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres também revela sinais de avanço na proteção das mulheres. De novas legislações a políticas públicas fortalecidas, diferentes países mostram que mudanças estão em curso

Celebrado nesta terça-feira (25), o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres nos convida a fazer uma pausa para ouvir, refletir e reconhecer a realidade enfrentada por milhões de mulheres. Embora a data costume trazer à tona números e relatos dolorosos, ela também serve como um momento para valorizar avanços, mesmo que pequenos, que vêm sendo alcançados ao redor do mundo em direção a mais igualdade e segurança.

Por isso, Marie Claire reuniu 5 notícias positivas que mostram progressos no combate à violência de gênero e na proteção dos direitos das mulheres.

Avanços em relação ao fim da violência digital contra mulheres ao redor do mundo

A tecnologia tem sido utilizada como um meio para ampliar e perpetuar a violência de gênero. A ONU Mulheres, por exemplo, afirma que a violência digital (como deepfakes, perseguição online e vazamento de imagens) é uma das formas de abuso que cresce mais rapidamente no mundo.

Nesse contexto, a criação de leis que tipificam crimes digitais contra mulheres também vem crescendo. No Brasil, a Lei nº 15.123/2025 prevê um aumento de 50% na pena para o crime de violência psicológica contra a mulher quando ele é cometido por meio de inteligência artificial ou qualquer outro recurso tecnológico capaz de alterar a imagem ou a voz da vítima.

Na Espanha, os deepfakes e vazamento de nudes falsos passaram a ser tratados como violência sexual, não apenas como infração civil ou difamação. A medida faz parte de um projeto de lei para “proteger crianças e adolescentes no ambiente digital, garantindo seu direito à privacidade, honra e autoimagem”.

Nos Estados Unidos, leis estaduais criminalizam deepfakes pornográficos, nudes falsos e stalking digital, permitindo proteção contra violência psicológica online. Na Austrália, a violência digital passou a ter a mesma prioridade da violência doméstica, com medidas contra vigilância, manipulação de imagens, coerção e chantagem online.

Na França, punições foram ampliadas para agressores que usam tecnologia, integrando a violência digital aos crimes domésticos e sexuais. Já no Canadá, a legislação reconhece coerção digital e controle psicológico via tecnologia como formas de violência de gênero, expandindo o conceito de agressão digital além da manipulação de imagens.

Novelas incentivam denúncias de violência contra a mulher

As novelas brasileiras têm abordado a violência de gênero de forma cada vez mais didática, prestando um serviço essencial e incentivando vítimas a denunciarem.

Em Vai na Fé, a personagem Sol, interpretada por Sheron Menezzes, enfrenta situações de assédio, perseguição e violência sexual. Ao Fantástico, a atriz destacou o impacto emocional de dar vida a um tema como esse: “Acho que uma das cenas mais lindas que já fiz foi quando ela compreende que aquilo foi um abuso. Foi um momento em que muitas mulheres também perceberam que, de alguma forma, já haviam passado por algo semelhante”.

Giovanna Lancellotti, que interpreta Kami em Dona de Mim, falou para Marie Claire sobre gravar a sequência da violência sofrida pela personagem, estuprada por um homem que a assediava pelas redes sociais. “Foi um desafio enorme e muito sensível. Quis dar à cena a força – sem abrir mão de cada sentimento que traduz a complexidade que ela merecia”, afirmou.

Em O Outro Lado do Paraíso, Clara, vivida por Bianca Bin, foi vítima de violência e silenciamento dentro do próprio casamento. A atriz reforçou a relevância social da trama: “A história da Clara teve um papel muito importante, que eu, como atriz e como mulher, carrego com muita honra e orgulho”.

Após a exibição de capítulos com essas temáticas, as novelas exibiam mensagens estimulando denúncias ao Ligue 180, o que contribuiu para o aumento das ligações à Central de Atendimento à Mulher.

Ligue 180: Central de Atendimento à Mulher completa 20 anos

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, principal serviço do Governo do Brasil para o recebimento de denúncias de violência de gênero e acolhimento de vítimas, completa 20 anos nesta terça-feira (25).

Criado como um serviço de orientação e acolhimento, o Ligue 180 incluiu, em 2014, um canal direto de denúncia de violência.

Por meio do Ligue 180, é possível registrar denúncias de violência contra mulheres, obter orientação sobre leis e direitos, além de buscar informações sobre a localidade dos serviços especializados da rede de atendimento às mulheres (Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referência, delegacias especializadas, Defensorias Públicas, entre outros).

O serviço gratuito está disponível 24 horas, todos os dias, em quatro idiomas: português, inglês, espanhol e Libras. O atendimento é 100% realizado por mulheres. De janeiro a outubro de 2025, foram realizados mais de 877 mil atendimentos, uma média de 2.895 por dia.

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