(UOL | 04/05/2021 | Gabriel Carneiro)
Em 23 de novembro de 2020 foram publicadas as primeiras notícias que davam conta do interesse do Paraná em Wesley. Houve forte mobilização de torcedores, especialmente do movimento feminino “Gralhas da Vila”. Dois dias depois, o clube desistiu da contratação.
O Botafogo-SP abriu as portas, mas sob grande polêmica. Houve uma votação entre conselheiros que aprovou a contratação, justificada pelo combate a “outro problema grave, a dificuldade na reinserção social de condenados pela Justiça”. O clube não informou se tinha outros funcionários na mesma situação. Oito jogos, nenhum gol.
Em 12 de fevereiro deste ano, Wesley foi anunciado pelo Juventude, time da Série A, e treinou durante dez dias antes do anúncio da desistência por pressão pública e de patrocinadores. Pouco antes, no Goiás, a situação não chegou tão longe, como explica Marcelo Segurado, ex-gestor de futebol do clube.
“Não sabíamos o que tinha acontecido com ele no passado e estávamos atrás de um jogador com essas características de jogo. Fui atrás, o treinador achou interessante, mas nos questionamos a razão de ele não estar jogando. Vimos que tinha feito uma cirurgia recente e ficamos presos nisso, mas fechamos. No outro dia recebi a notícia de que ele tinha sido condenado e encerrei a conversa”, diz, antes de completar:
“Uma pessoa do clube me disse que não enxergava bem o fim da negociação porque ele [Wesley] já estava pagando pelo crime. Eu disse que concordava, mas que ele observasse que em todas as profissões há um conselho de ética que diz: se o profissional cometeu um crime como este ele é excluído da profissão. Um médico agressor de mulheres perde o CRM, então por que se passa a mão nos jogadores de futebol? Aí dizem: ‘ah, então ele não tem direito de viver a vida e trabalhar?’. Tem, mas em outra profissão, porque jogador de futebol é ídolo e precisa ser referência de comportamento. Que vá viver sem holofote. Pessoas que têm esse papel precisam preservar sua honra.”