Ataques contra Marina Silva legitimam violência de quem estupra e mata, por Cristina Fibe

02 de junho, 2025

Microfone cortado, interrupções da fala, desqualificação, desautorização.

Os ataques que uma ministra de Estado sofreu nesta semana são um retrato condensado e gráfico do que as mulheres são obrigadas a enfrentar se quiserem trabalhar e existir fora das quatro linhas que os homens misóginos consideram adequadas.

Só que, naquele espetáculo transmitido pro país inteiro, o que vimos foram senadores da República, representantes do povo brasileiro, incentivando e legitimando o ódio às mulheres que faz do Brasil o quinto país com maior número de feminicídios do mundo.

“Não é exagero relacionar o comportamento dos senadores à violência que estupra e mata. O recado dado por parlamentares que humilham publicamente uma mulher negra num alto cargo do governo é: neste país, a violência contra a mulher é permitida.”

Neste país, uma mulher que não se curva, apanha. Como disse Marina Silva, eles gostariam que fosse submissa, mas ela não é.

Não se deixou diminuir, teve presença de espírito e sangue frio suficientes para se defender, e tomou a correta atitude de se retirar, interrompendo uma sequência de humilhações que não se sabe onde iria parar.

 

Marina foi capaz de fazer isso porque acumula uma história de décadas de luta, uma corrida de obstáculos diante da qual muitas se veem obrigadas a desistir. Porque cansa ter que estar sempre pronta para se defender da violência. Não é difícil imaginar que Marina Silva também esteja cansada.

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