Ciclo sem fim? Por que a violência contra a mulher ainda persiste

ARRASTÃO FEMINISTA

Grupo Arrastão Feminista faz passeata pelas ruas da Lapa, no Rio de Janeiro, em defesa dos direitos das mulheres e contra a violência (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

21 de agosto, 2024 Guia do Estudante Por Redação

Confira dados recentes sobre o tema e o que especialistas sugerem para pôr fim à violência de gênero

848.036. Essa foi a quantidade de vezes que o número 190, da Polícia Militar, foi acionado em 2023 para reportar episódios de violência doméstica. No mesmo ano, o número confirmado de mulheresque sofreram esse tipo de violência foi de 258.941, o que representa um aumento de 9,8% em comparação com 2022. Em relação a ameaças, houve um crescimento de 16,5% – 778.921 em números absolutos.

É isso que aponta o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, de 2023, divulgado todos os anos pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os dados se baseiam em informações fornecidas pelas secretarias estaduais do setor, pelas polícias civis, militares e federal, e outras fontes oficiais da área da segurança pública.

No mesmo levantamento, foi indicado que as mulheres sofreram 9,2% mais tentativas de homicídio em 2023 do que em comparação com 2022, com 8.372 casos registrados. Já os casos de feminicídio, definido por lei como o assassinato de uma mulher somente por conta de seu gênero, foram de 1.457 em 2023, um crescimento de 0,8% em relação ao ano anterior. De todos os assassinatos registrados, 90% deles foram cometidos por um homem.

O Anuário também mostrou aumento recorde, de 8,2%, dos casos de estupro no último ano. Além disso, houve crescimento de 49,7% dos registros de assédio sexual e de 37% de importunação sexual.

Quais os motivos para esse aumento?

Mas, afinal, o que está impulsionando o crescimento da violência generalizada contra a mulher? Por que, apesar de uma maior conscientização e esforços por parte de organizações e governos, os índices continuam a subir? A resposta a essas perguntas envolve fatores culturais, sociais e até econômicos.

Segundo Letícia Godinho, pesquisadora da Fundação João Pinheiro, e Denise Mota Dau, secretária de Enfrentamento da Violência contra a Mulher do Ministério das Mulheres, uma das explicações está na ascensão de “movimentos ultraconservadores” e no desmonte das políticas de proteção.

O ultraconservadorismo, segundo elas, coloca a igualdade de gênero como um inimigo a ser combatido, gerando uma reação de violência contra mulheres que tentam romper com estereótipos e seus papeis históricos.

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