NOTA DE REPÚDIO
A Comissão Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher do CONDEGE repudia veementemente a fala do deputado estadual Jessé Lopes (PSL-SC) por ter afirmado em suas redes sociais ser “direito” das mulheres os assédios, se constituindo em “massagem no ego” a possibilidade de serem “paqueradas, elogiadas e procuradas”.
Em meio a tantos enfrentamentos, campanhas, e divulgação em prol dos Direitos Humanos das Mulheres é entristecedor se deparar com declarações que ferem o gênero feminino, principalmente, de um representante do povo. Mesmo após inúmeras conquistas importantes e especiais, o gênero feminino não é poupado com dissabores.
Os assédios, abusos e desrespeitos trazem traumas de todas as órbitas para as mulheres. É intimidador, humilhante, constrangedor e desagradável ser assediada. Em festas, ou em qualquer local, são absurdas as perturbações a que as mulheres são submetidas. Ao invés de se divertir, acabam em sofrimento.
É constrangedor ser xingada por dizer não. Também, ser julgada pela roupa que usa. Andar a passos rápidos, e ter que trocar de calçadas para não ser insultada. A verdade é que o machismo mata, estupra, machuca fisicamente, psicologicamente e emocionalmente. O patriarcalismo é visto com naturalidade por estar entranhado na natureza humana. A misoginia faz a mulher ter medo, evitar andar sozinha à noite, ou a qualquer outra hora.
A paquera pressupõe consentimento, respeito e, principalmente, reciprocidade de interesse, ao passo que o assédio objetifica, desrespeita e afasta a necessidade de consentimento.
A mulher precisa de consideração, já que foi relegada por anos a fio. O elogio que elas querem está distante do que costumam receber. Quando um homem “assedia” uma mulher, só quer mostrar superioridade sobre ela. O que se deseja é liberdade de sentimento. Cantada também é assédio. Julgamento quanto à forma de se portar é desrespeito.
A frase feminista é clara: “Não te conheço, então não me chame de meu bem”. Se uma das partes não está feliz ou se sente desconfortável, não pode ser enaltecimento.
O corpo da mulher não é objeto, muito menos, público. O espaço público não tem sido lugar de proteção para o gênero feminino. Pensar que cantada ou assédio são elogios é ignorar o direito de ir, vir, estar e ficar. Não há necessidade da aprovação masculina. O gênero masculino não pode demonstrar poder sobre a mulher, sendo algumas das formas a assediando, cantando ou julgando. Não é normal! Não pode haver aceitação.
Diante do breve exposto, REPUDIAMOS mencionada declaração do DEPUTADO ESTADUAL JESSÉ LOPES (PSL-SC), por não contribuir em nada para o enfrentamento à violência contra as mulheres, desrespeitando os Direitos Humanos das Mulheres já alcançados, e, por último, REFORÇANDO que o respeito passa muito distante de ASSÉDIOS.
COMISSÃO NACIONAL DE PROMOÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DA MULHER DO CONDEGE
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