COP30: AzMina vai à conferência cobrar justiça climática com foco em gênero

05 de novembro, 2025 AzMina Por Redação

Somos o único veículo com recorte de gênero na Casa do Jornalismo Socioambiental, iniciativa que reunirá profissionais e mídias de todo o país

Na conferência, a equipe d’AzMina se junta a jornalistas de todo o Brasil na Casa do Jornalismo Socioambiental — uma iniciativa para fortalecer vozes e ampliar narrativas sobre a Amazônia, o clima e o meio ambiente.

Em menos de duas semanas, as atenções do mundo estarão voltadas para Belém (PA), cidade sede da COP30. E, para garantir que a cobertura da Conferência do Clima seja feita com diversidade de olhares e abordagens, 21 veículos brasileiros se uniram em uma iniciativa inédita: a Casa do Jornalismo Socioambiental. A Revista AzMina estará lá, garantindo um recorte específico: seremos o único veículo com cobertura focada em gênero dentro da Casa.

Desde a primeira Conferência das Partes (COP), as negociações climáticas avançaram sem incluir, de forma consistente, a perspectiva de gênero. De acordo com uma análise de dados da ONU Mulheres, a integração começou a aparecer somente em 2001 e, mesmo assim, de forma tímida. Nas edições 24 a 26 da COP, por exemplo, o relatório mostra que apenas 16% dos países mencionaram gênero em seus discursos, e, em geral, de modo superficial.

O impacto das mudanças climáticas não é neutro: ele tem gênero, cor e território. São as mulheres, especialmente as negras, indígenas, periféricas e do Sul Global, que mais enfrentam os efeitos diretos das secas, enchentes e deslocamentos. Elas sustentam comunidades, cultivam alimentos e protegem florestas e rios. Ainda assim, continuam sub-representadas nas negociações internacionais: em 2023, apenas 36% das delegadas da COP eram mulheres, e poucas ocupavam cargos de decisão, conforme relatório da ONU.

Mulheres protagonistas na pauta

O convite para integrar a Casa do Jornalismo Socioambiental chegou em um momento de interesse crescente d’AzMina nas pautas ambientais. Nos últimos anos, a revista tem se dedicado a mostrar como a crise climática impacta de forma desproporcional meninas, mulheres e pessoas com útero, e como elas têm sido protagonistas nas respostas locais à emergência climática.

Este ano, o papel das mulheres indígenas na preservação do meio ambiente e do respeito à natureza esteve em destaque na reportagem especial de 8 de Março — Dia Internacional da Mulher. Além disso, estamos produzindo um documentário com “guardiãs do futuro”, mulheres que lutam para deter a devastação que ameaça as próximas gerações.

Ao longo deste ano, AzMina também denunciou impactos diretos da degradação ambiental sobre diferentes comunidades, a exemplo da reportagem sobre as marisqueiras e pescadores que estão adoecendo devido à contaminação em alguns estados do Nordeste. E a reportagem sobre a migração forçada de mulheres indígenas por conta de crimes ambientais na Amazônia ganhou o prêmio internacional CCNow Journalism Awards de 2025, na categoria Deslocamentos e Migrações para matérias em texto.

É por isso que, durante a COP30, AzMina vai pautar ainda mais a interseção entre gênero, clima e justiça social, com reportagens, entrevistas, bastidores e análises sobre como as políticas ambientais (ou ausência delas) impactam corpos e vidas.

Quando começamos?

AzMina estará na Casa do Jornalismo Socioambiental antes mesmo do início da COP30, que será realizada de 10 a 21 de novembro. O espaço será uma base central e operacional para hospedar jornalistas de diferentes estados do Brasil e contará com uma extensa programação voltada aos profissionais da comunicação e à sociedade civil.

As atividades começam em 3 de novembro e são resultado de um esforço colaborativo para incluir novas abordagens — locais e globais — e ampliar a audiência durante o evento. A partir dessa data, você poderá acompanhar no nosso site e redes sociais, os conteúdos produzidos pela AzMina e os demais veículos presentes na Casa, uma cobertura diversa e completa.

Ao longo do mês, a Casa também contará com oficinas, painéis, debates e outras atividades sobre jornalismo e temas socioambientais, além de lançamentos de relatórios, ferramentas e outros produtos para a imprensa e a sociedade civil. A programação completa será divulgada em breve.

Fortalecendo o jornalismo socioambiental

Antes, durante e depois da COP30, os 21 veículos de comunicação compartilharão e republicarão entre si os conteúdos produzidos para informar melhor seus públicos sobre a conferência e a Cúpula de Líderes.

“Estou feliz em cobrir um evento tão grande sobre negociações climáticas colocando gênero no meio, porque esse é um tópico esquecido nesses espaços e na mídia comercial. Estar lá e fazer essa cutucada é muito importante para o mundo, como um todo, mas principalmente para quem é mais afetada: mulheres e crianças racializadas do Sul Global”, afirma Flávia Santos, repórter enviada para a cobertura d’AzMina.

Os veículos parceiros também contarão com infraestrutura de trabalho durante todo o mês. A Casa será um hub para dezenas de jornalistas de todo o país, que terão acesso a um ambiente para trocar informações e fazer novos contatos e parcerias em coberturas colaborativas.

Acesse a matéria no site de origem.

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