Crescimento de feminicídios e estupros em 2023 reflete queda de investimentos em governos anteriores, diz pesquisadora

16 de novembro, 2023 Brasil de Fato Por Redação

Isabela Sobral, supervisora do Núcleo de Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, comenta dados divulgados

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou na segunda-feira (13) uma pesquisa com dados sobre a violência contra as mulheres nos primeiros seis meses de 2023. De acordo com o levantamento, feito com base nos registros de Boletins de Ocorrência feitos pelas Polícias Civis dos estados e do Distrito Federal, houve crescimento dos casos de feminicídio e de estupro.

No primeiro semestre do ano, 1.902 mulheres foram assassinadas no Brasil, o que representa um aumento de 2,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registrados 1.853 assassinatos.

Para analisar o assunto, o Central do Brasil desta terça-feira (14) conversou com Isabela Sobral, supervisora do do Núcleo de Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

“A gente vem notando um aumento nos feminicídios já desde a criação desse crime enquanto lei no Brasil, em 2015. A gente observa uma possível melhoria na classificação desses casos por parte das polícias, uma melhor identificação nos casos relacionados ao gênero da vítima. Mas, também, a gente observa crescimento de outros crimes relacionados à violência contra a mulher que são evidências, de fato, de que a violência contra a mulher parece estar aumentando no país”, analisa Isabela.

A pesquisadora afirma que essa alta nos números é muito grave e observa que o Estado contribuiu para isso, citando o período em que Jair Bolsonaro (PL) era o presidente da República.

“Nos últimos anos, até 2022, nós tivemos uma redução bastante expressiva nos investimentos federais no combate à violência contra a mulher. E recursos são muito importantes. Para que a gente possa produzir políticas públicas pra combater a violência contra as mulheres, é necessário que haja investimento de recursos. É necessário que o governo invista na rede de atendimento que vai acolher essa mulher para que a gente possa evitar todas as formas de violência e, principalmente, a violência mais grave que é o feminicídio.”

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