“As mulheres pagam com suas vidas o aumento do armamento da sociedade”, disse a secretária nacional de Enfrentamento à Violência Contra Mulheres, do Ministério das Mulheres, Denise Motta Dau, durante o evento Violência de gênero – é preciso conhecer para combater, promovido pelo Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) nesta terça-feira (28/3). Segundo o Instituto Sou da Paz, metade dos feminicídios ocorridos no Brasil foi causada por armas de fogo, que tiveram seu porte flexibilizado durante a gestão presidencial passada. A secretária relacionou o incentivo com os números de assassinatos de mulheres, que apresentaram aumento de 5% só em 2022, de acordo com o Monitor da Violência do site G1.
No Colóquio em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, conduzido pela 2ª vice-presidente do IAB, Adriana Guimarães, crimes contra a mulher foram postos em debate sob diversas perspectivas. “É muito importante que isso esteja na nossa pauta, não só em um evento, mas todos os dias e minutos, até que nós consigamos combater essa violência que é feita de todas as formas”, disse a advogada. A presidente da Comissão dos Direitos da Mulher do Instituto, Rita Cortez, que organizou o evento, ressaltou que a violência de gênero, como problema estrutural, deve ser encarada por meio de políticas públicas assertivas. “Temos várias conquistas consagradas na legislação que não são efetivadas e precisamos dar eficácia a essas normas”.
O webinar também teve a participação da ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Delaíde Arantes; da presidente da Associação dos Defensores Públicos do RJ, Juliana Bastos Lintz, e da 1ª secretária da Associação dos Magistrados do RJ (Amaerj), juíza Flávia Melo; da diretora de Biblioteca do IAB, Márcia Dinis; da mestranda em Psicologia Clínica da PUC-Rio Isabelle Poli; da coordenadora executiva da Cepia – Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação, Leila Linhares Barsted; da vice-presidente da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica – Comissão do Rio de Janeiro (ABMCJ-RJ), Alessandra Santos; do diretor para Relações Governamentais e Legislativo do IAB, Miro Teixeira, e das consócias Fabiane Andrade, Tacyra di Gesu e Carla Viola, todas da Comissão dos Direitos da Mulher do Instituto.