Lançado nesta quinta-feira (20) pelo Instituto Avon, a plataforma Papo de Homem e o Quebrando o Tabu, o livro “Como Conversar Com Homens Sobre Violência Contra as Mulheres” foi escrito para incentivar as conversas sobre violência de gênero.
(Universa/UOL, 20/02/2020 – acesse no site de origem)
Também traz o resultado de uma pesquisa feita com 3.500 pessoas sobre o tema, mostrando quais as maiores dúvidas relacionadas ao tema e quais os termos e expressões que mais afugentam interlocutores. O livro está disponível para ser baixado no portal Papo de Homem.
Quando o interlocutor é o abusador
O livro traz orientações práticas de como conversar com um homem que agrediu ou abusou de uma mulher. Diz, por exemplo, para esperar para conversar com ele quando estiver calmo; para não brigar nem forçá-lo a fazer algo e para dizer, de maneira direta, que foi um caso de violência e que a pessoa precisa ser responsabilizada por seu ato.
Há também dicas para homens que não cometeram violência contra nenhuma mulher, mas que gostariam de apoiar a luta feminina. “Foque na maioria, não nas exceções”, é uma das orientações. “Sim, existem casos mentirosos e falsas alegações. Isso não deve ser invisibilizado. Mas a maioria das situações envolvem agressões cometidas por homens. E muitas mulheres ainda possuem muito medo de denunciar. Por isso, parta do princípio que é mais provável ser verdade quando uma mulher relatar abusos.”
Sobre o que é preciso falar?
Uma das partes da pesquisa perguntou às pessoas sobre quais assuntos elas gostariam de saber mais, para ajudá-las nos diálogos mais difíceis.
Os cinco mais citados foram o que é consentimento (42,5%), como a violência doméstica impacta as crianças (35,5%), igualdade de direitos (34,7%), por que elogios e cantadas são prejudiciais (30,9%) e divisão de tarefas (27,1%).
Ao serem questionadas sobre os maiores obstáculos em uma conversa com alguém que é resistente ao tema, as pessoas responderam que o grande empecilho é perceber o intelocutor na defensiva ao escutar termos como gênero, feminismo e machismo — esse item foi a resposta de 56,2% dos entrevistados.
Falta de conteúdos didáticos para explicar temas difíceis de forma simples é a reclamação de 43,5%; e desânimo ao ver que a outra pessoa pode não prestar atenção no tema, de 40,8%.
Grupos reflexivos
Por fim, o livro traz um mapeamento dos chamados grupos reflexivos, iniciativas que realizam encontros com agressores para que entendam a violência que cometeram e deixem de praticá-la. Atualmente, há 53 grupos em todo o país. Também dá orientações de como criar um desses grupos.