Manifestantes celebram o Dia do Orgulho Gay ao redor do mundo

28 de junho, 2014

(O Globo, 28/06/2014) No Dia do Orgulho Gay, celebrado em 28 de junho, ativistas tomaram as ruas em cidades do mundo inteiro para reivindicar aceitação e direitos civis para a comunidade LGBT. Em Cingapura, uma das maiores multidões já registradas num evento do gênero no país driblou a resistência de religiosos e tomou as ruas da capital com cerca de 26 mil pessoas. No México, a data foi festiva e acabou marcada por um casamento coletivo. Os Estados Unidos transformaram suas representações diplomáticas em postos avançados de apoio à causa, hasteando bandeiras do arco-íris, símbolo de minorias sexuais.

No Rio, o grupo Arco-Íris levou faixas e bandeiras à Praia de Copacabana, onde também distribuiu panfletos pedindo uma lei que criminalize a homofobia no Brasil, país campeão mundial de assassinatos de homossexuais.

Criança participa de manifestação no “Ponto Rosa” – EDGAR SU / REUTERS

Emblemática, a manifestação em Cingapura pediu a legalização do sexo entre homens, considerado um crime punível com até dois anos de prisão, embora sejam raros os casos de detenções. A lei, baseada em normas coloniais vitorianas, não faz menção ao sexo entre mulheres. A manifestação, que reuniu pessoas vestidas de rosa para formar um grande círculo num parque, já aconteceu em anos anteriores sem oposição visível. Desta vez, grupos islâmicos e cristãos se juntaram para convocar seus seguidores a vestir branco e mostrar rechaço à crescente aceitação da homossexualidade no país asiático.

– A quantidade de negativismo nos entristeceu bastante — disse Paerin Choa, um dos organizadores da Pink Dot. – O que aconteceu nas últimas semanas mostra que a discriminação está bem viva em Cingapura.

Público se vestiu de rosa de para celebrar a diversidade – Joseph Nair / AP

A manifestação acontece em meio ao descontentamento crescente dos cidadãos de Cingapura em relação a questões como imigração, aumento do custo de vida, e direitos dos homossexuais – tudo isso em um país onde a desobediência não é incentivada e reuniões políticas carecem de uma permissão oficial para acontecer, não importando o número de pessoas envolvidas.

Alguns muçulmanos ficaram particularmente irritados com o evento acontecendo às vésperas do Ramadan, e muitos postaram fotos vestindo branco nas preces noturnas na página do Facebook chamada de “vista branco”.

Alguns grupos cristãos pediram que o governo tomasse uma postura em relação à questão, para reforçar a posição legal de que o sexo entre dois homens é proibido.

CASAMENTO COLETIVO NO MÉXICO

Na Cidade do México, cerca de 120 casais homoafetivos participaram de um casamento coletivo. Ainda na capital do país norte-americano, uma das primeiras da América Latina a legalizar tais uniões, cerca de 10 mil pessoas tomaram o emblemático Paseo de la Reforma para a Parada do Orgulho. Os manifestantes lembraram que, em 2012, o México registrou os piores números de crimes de ódio desde 1995, quando 86 LGBTs foram vítimas de assassinatos homofóbicos.

Casal segura buquê de flores durante casamento coletivo celebrado na Cidade do México – STRINGER/MEXICO / REUTERS

Este ano, a administração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aproveitou para mandar uma mensagem mundial de apoio às minorias sexuais. Além de hastear bandeiras do arco-íris nas embaixadas e nos consulados, diplomatas americanos participaram de manifestações e celebrações em diversos países.

 

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