Os desafios que travestis e transexuais enfrentam por viverem no Brasil, um dos países mais intolerantes do mundo
(Correio Braziliense, 29/01/2017 – acesse a íntegra no site de origem)
Um país que exclui e mata
Esta série de reportagens mostra como ser transgênero é especialmente difícil no Brasil, o país que, em números absolutos, mais registra assassinatos de travestis e transexuais, segundo levantamento feito pela ONG Transgender Europe.
Após se perceberem de um gênero diferente do que lhes foi atribuído no nascimento, essas pessoas passam a enfrentar uma verdadeira luta para viverem sua identidade. Além do risco constante de serem vítimas de violência, elas não contam com uma legislação que as proteja, são excluídas do mercado de trabalho, têm enorme dificuldade para acessar serviços de saúde, são hostilizadas e violentadas nas escolas e sofrem, frequentemente, com a incompreensão e a rejeição familiar.
Tal quadro faz com que essa parcela da sociedade morra muito, muito cedo. Dados da União Nacional LGBT apontam que o tempo médio de vida de uma pessoa trans no Brasil é de apenas 35 anos, enquanto a expectativa de vida da população em geral é de 75,5 anos, de acordo com informações divulgadas em dezembro de 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).