Bebê nasceu com mais de 4kg, na sexta-feira, nos Estados Unidos. Trystan Reese, de 34 anos, parou de tomar testosterona para engravidar.
(G1, 16/07/2017 – acesse no site de origem)
O transgênero Trystan Reese e seu parceiro, Biff Chaplow, anunciaram no sábado (15) o nascimento do primeiro filho biológico deles. O casal de Portland, em Oregon (Estados Unidos) contou que o menino nasceu na noite de sexta-feira (14) com mais de 4kg.
“Pai grávido, nove meses, um bebê e uma família muito feliz”, diz o post publicado no Facebook com o vídeo em que o casal, juntos a sete anos, apresentaram a criança. “Ele é muito saudável”, contou Reese. “Ele é lindo”, disse, Biff, orgulhoso.
Trystan, de 34 anos, afirmou à imprensa internacional que teve uma gravidez tranquila. O casal já tem um casal de filhos, que foram adotados em 2011, porém decidiram ter um filho biológico.
Então, Tristan, que nasceu mulher, suspendeu a ingestão de testosterona para engravidar. O casal contou que a equipe médica passou por treinamento para acompanhá-los.
Transição
Trystan contou que decidiu iniciar a transição ainda no ensino médio. “Eu dizia que eu era um homossexual em um corpo de mulher. Eu comecei a tomar testosterona e meu corpo começou a mudar. Emocionalmente foi muito difícil, mas em seis meses eu era um homem”, afirmou.
Ele ressalta que nunca quis ter um corpo exatamente igual ao do parceiro e, por isso, não fez a cirurgia para redesignação do órgão sexual. “Eu nunca quis que o meu corpo não fosse um corpo de transexual. Eu estou bem sendo um homem que tem útero, que tem a capacidade de ter um bebê”, afirmou em vídeo postado no Facebook do casal e reproduzido pela rede americana CNN.
Trystan afirma estar satisfeito com as modificações. “Eu acho que meu corpo é impressionante. Eu sinto que é um presente ter nascido com o corpo que tinha. Eu fiz as mudanças necessárias para que eu pudesse continuar vivendo nele, através de hormônios e de outras modificações “, afirmou.
Maternidade
Trystan afirma ainda que a aceitação da sua condição o permitiu encarar com naturalidade a gravidez. “Eu sou feminista. Eu penso que mulheres são impressionantes. Eu não acho ruim ser uma mulher. Só não aconteceu de ser [por fora] como eu era por dentro. Por isso, é ok entrar nesse sagrado mundo da maternidade. E isso não me faz sentir menos homem. Eu só sou um homem capaz de ter um bebê e eu decidi fazer isso”, declarou.
O casal conta que as críticas mais duras acontecem principalmente pela internet. “Por trás do anonimato, as pessoas se sentem empoderadas para dizer o que deveria acontecer conosco, com os nossos filhos, com a nossa família. A razão pela qual você decide ter um filho é querer ver mais amor no mundo e lembrando quão difícil será. É duro”, afirma.