De acordo com Iriny, a superação da violência contra a mulher não passa exclusivamente pelo sistema de segurança. “Isso passa também pela construção de uma nova postura, de uma nova cultura, de uma nova concepção de convivência, e de como enxergar as mulheres, já que até então vem sendo naturalizada em muitos casos essa violência. Nós achamos que os meios de comunicação tem uma contribuição a dar. Não tem uma obrigação, mas tem uma parcela de contribuição”, avaliou.
“Nós entramos em contato com as redes de televisão para expressar tanto o nosso agrado quanto o desagrado. Nós tivemos novelas que trataram da violência praticada contra a mulher. Mostraram o problema e como enfrentá-lo. É uma contribuição. Na semana passada, liguei para a Ana Maria Braga para parabenizá-la por uma matéria sobre agressão, com base na novela.”Perguntada sobre o porquê de a Secretaria não haver se manifestado com tanta veemência no caso das adolescentes presas junto com homens no Pará, Iriny Lopes reagiu: “Claro que nos manifestamos. Deslocamos pessoas para o Pará, conversamos e tratamos com o sistema de segurança e com a Justiça local nos dois casos. Essas ações não viraram notícia. As pessoas deveriam prestar um pouco mais de atenção em tudo o que a gente faz”.
Repercussão
“É um debate válido, a secretaria não é órgão de polícia e cumpre seu papel dentro de uma restrição orçamentária muito grande”, afirma a diretora de Justiça da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, Rúbia Abs.
Já a professora de antropologia da Universidade de Brasília (UnB) Lia Zanotta considera que “cabe à Secretaria divulgar o disque denúncia, não é papel da novela fazer campanha de uma política do governo”.
Ministra nega tentativa de interferir na novela ‘Fina Estampa’ da Globo (Estadão.com – 07/10/2011)
Iriny Lopes: “Nenhuma mulher gosta de apanhar” (IstoÉ – 07/10/2011)
Secretária de Políticas para as Mulheres deveria focar na violência (Correio Braziliense – 08/10/2011)
A ministra que comprou briga com a propaganda (O Estado de S. Paulo – 09/10/2011)
‘Sugerir não arranca pedaço’ (Carta Capital – 10/10/2011)