(Globo.com) “Kezia Camacho, de 20 anos, chora toda vez que se lembra da irmã, Adriele Camacho de Oliveira, morta no mês passado, aos 16 anos, numa emboscada que teria sido preparada pelos irmãos e o pai da então namorada da adolescente, em Itarumã, Goiás. Há centenas de quilômetros de Brasília, onde quarta-feira acontece a Marcha Nacional contra a Homofobia, Kezia luta em busca de justiça na cidade de Cassilândia, no interior de Mato Grosso do Sul, onde mora a família de Adriele. Inconformada com os rumos da investigação, ela tenta que a polícia faça outra reconstituição do crime, sob argumento de que há falhas da perícia.”
Relembre o caso: Garota é encontrada morta em Goiás; pai e irmãos da namorada dela estão detidos
Para Kezia, as informações do laudo pericial – hematomas e perfurações a faca e estrangulamento – são suficientes para provar que Adriele não foi morta por uma só pessoa, como tentam provar os advogados da família do fazendeiro.
‘Minha irmã foi morta por puro preconceito’
‘Até agora só o filho do fazendeiro assumiu o crime. Ele espera julgamento preso na única delegacia de Itarumã, local do assassinato, onde os 5 mil habitantes permanecem em choque desde o início de abril, quando ocorreu a morte. Há suspeita de que o rapaz tenha assumido a responsabilidade para livrar de eventual prisão o pai, de 36 anos. O filho mais novo do fazendeiro, de 13 anos, também teria envolvimento no crime.”
“Minha irmã foi morta por puro preconceito. Nada mais explica o que fizeram com ela. Eles (a família da ex-namorada) fizeram uma emboscada. Mesmo sob ameaças, não vou deixar de lutar”, diz Kezia, que já recebeu recados para “parar de mexer com o perigo”.
Para a polícia, não há dúvidas de que o homicídio foi motivado por preconceito. “A motivação é homofóbica, sem dúvida. O crime será tipificado como homicídio qualificado por motivo torpe, a homofobia, e ocultação do cadáver”, disse o delegado Samer Agi.
Leia na íntegra: Irmã de jovem assassinada luta por justiça contra o crime de homofobia (Globo.com – 14/05/2011)