(Globo.com) Autoridades de Teerã afirmaram neste domingo que seguem com o plano de executar a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, sentenciada à morte por apedrejamento após ter sido acusada de adultério e homicídio do marido. Desta vez, porém, a justiça do Irã estuda utilizar como pena o enforcamento.
— Não há pressa. Estamos esperando para ver se podemos realizar a execução de uma pessoa condenada por apedrejamento ou enforcamento — disse Malek Ajdar Sharifi, chefe do Departamento de Justiça da província de Azerbaijão do Leste, onde Sakineh está presa, segundo a agência de notícias Insa. — Assim que o resultado da investigação sair, nós concretizaremos a sentença.
Para Sharifi, a acusação de uma mulher casada manter um relacionamento ilícito exige um castigo de apedrejamento. Ainda de acordo com o juiz, o chefe do Judiciário iraniano, aiatolá Sadeq Larijani, ordenou a suspensão do apedrejamento para permitir que peritos islâmicos investigassem se a punição poderia ser alterada.
Sakineh admitiu o “crime” após levar 99 chibatadas. Ela chegou a retirar a confissão, mas o ato não teve qualquer efeito na determinação de três dos cinco juízes que participaram de seu julgamento.
Segundo a lei islâmica em vigor no Irã desde a Revolução de 1979, o adultério pode ser punido com morte por apedrejamento. Já crimes como assassinato, estupro, assalto à mão armada e tráfico de drogas podem ter como sentença o enforcamento.
A União Europeia classificou a sentença de Sakineh como uma “barbárie”. O Vaticano, por sua vez, pediu por sua clemência, e o então presidente Luiz Inácio da Silva ofereceu asilo político à iraniana.
Acesse em pdf: Irã estuda enforcar Sakineh como pena por adultério (Globo.com – 25/12/2011)
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