(UOL) Para alguns especialistas, as principais motivações que levam muitas mulheres vítimas de violência a sofrerem caladas e continuarem se relacionando com seus agressores são o amor, o medo, a pena e a esperança de uma mudança. O psiquiatra e psicanalista Luiz Alberto Py afirma que “é uma relação de custo benefício: o custo é a agressão e o benefício é o amor pelo companheiro. Quando a agressão passa, o custo é esquecido”.
Embora o amor seja um dos principais fatores que prendem as mulheres a seus agressores, há também o medo. “Tanto de reações mais violentas, em caso de abandono, como de enfrentar a vida sozinha, por não ter meios próprios de sobrevivência, de se afastar quando têm filhos pequenos e a dúvida sobre as atitudes como pai após a separação”, afirma o psicoterapeuta Flávio Gikovate, que defende que “elas amam os agressores e são governadas pela ideia de que o amor deve tolerar tudo”.
Para Ana Cristina Belizia Schlithler, assistente social do Programa de Atendimento e Pesquisa em Violência (Prove), da UNIFESP, as motivações destas mulheres estão diretamente ligadas ao comportamento do agressor. “Eles fazem promessas e mobilizam sentimentos. E muitas vezes necessitam de tratamento, porque agridem por causa do abuso de álcool ou drogas. Elas sabem disso e sentem pena”, diz.
Pesquisa realizada no início deste ano pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o SESC ouviu mais de 2.300 mulheres e 1.100 homens, em 25 estados brasileiros e constatou que, a cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas violentamente no Brasil.
Leia na íntegra: Mulheres agredidas que continuam com seus parceiros são movidas por amor ou medo (UOL – 26/07/2011)