Muitos profissionais de educação temem as consequências de lidarem com este tipo de violência
(Jornal da USP, 08/08/2017 – acesse no site de origem)
A professora Catalina Cabrera, psiquiatra do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, aponta que o abuso sexual é um fenômeno subestimado e negado muitas vezes, sendo que se trata de uma realidade mundial. Famílias de qualquer condição sociocultural podem ser afetadas por esse tipo de violência, enfatiza a pesquisadora.
O abuso sexual acontece, na maioria das vezes, dentro do lar, descreve a professora. Na escola, a criança apresenta os sintomas da violência, seja pelo comportamento, seja por marcas e problemas físicos, alerta Catalina. No entanto, ressalva a psiquiatra, toda essa realidade é negada muitas vezes, pois ainda existe bastante medo de como proceder.
A professora destaca que vários profissionais escolares já foram, eles mesmos, vítimas de violência sexual, e que, portanto, é preciso ajudá-los a se capacitarem para que possam ajudar cada jovem da melhor maneira possível. A professora complementa que é importante os educadores terem uma posição de grupo no combate aos casos de abuso. A psiquiatra também se mostra preocupada com casos de violência sexual dentro das universidades, normalmente ligados a festas e ao consumo de álcool.
O Jornal da USP, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
Daniel Miyazato