Valor da indenização para mulheres na Coreia do Sul é considerado baixo no país
(O Globo, 25/08/2016 – acesse no site de origem)
O governo da Coreia do Sul informou nesta quinta-feira que mulheres forçadas à escravidão sexual por militares japoneses durante a Segunda Guerra Mundial poderão receber cerca de US$ 90 mil cada (cerca de R$ 300 mil) por meio de uma fundação que será financiada pelo governo do Japão.
Este é um assunto espinhoso na relação entre os dois países orientais. Estima-se que o exército imperial japonês tenha obrigado até 200 mil mulheres a serem escravas sexuais de soldados durante o conflito. Dessas, a maioria era sul-coreana, mas também haviam chinesas, filipinas, indonésias e outras mulheres asiáticas. Muitas delas foram raptadas de casa e enviadas ao exterior para trabalhar em bordéis, conhecidos como “estações de mulheres de conforto”.
Segundo estudos sobre o tema, três quartos as antigas “mulheres de conforto” morreram durante o conflito. Há décadas, centenas de sobreviventes exigem na Justiça compensações milionárias e um pedido de desculpas formal e público do governo japonês, o que só aconteceu em dezembro do ano passado, quando também foi acertado que o país nipônico pagaria cerca de US$ 9 milhões às 46 coreanas escravizadas que estão ainda vivas. Já as famílias de 196 vítimas que já morreram receberão US$ 18 mil (cerca de R$ 56 mil) cada.
O acordo foi muito criticado na Coreia. Muitos dizem que o governo aceitou bem menos do que deveria na defesa das vítimas. Ainda assim, em troca do dinheiro, a Coreia do Sul promete não criticar mais o Japão sobre o assunto e tentar resolver a questão de uma estátua representando as vítimas e colocada há anos em frente à embaixada do Japão em Seul, a capital da Coreia do Sul.