Depois de dois anos e meio de espera, as famílias de 21 meninas nigerianas sequestradas em 2014 viajaram de Chibok para Abuja, capital da Nigéria, para finalmente reencontrar as jovens.
(HuffPost Brasil, 17/10/2016 – acesse no site de origem)
O encontro entre as meninas e suas famílias ocorreu neste domingo (16), de acordo com o Guardian, mas elas foram libertadas na quinta-feira (13), após uma negociação entre os insurgentes do grupo Boko Haram e o governo do país.
As 21 adolescentes fazem parte de um grupo de quase 300 que foram retiradas à força de uma escola em Chibok, no nordeste de Nigéria, em abril de 2014. O sequestro deu início a uma campanha global -a #BringBackOurGirls – que engajou celebridades e a primeira-dama americana, Michelle Obama, mas que na prática teve poucos efeitos.
Segundo estimativas do governo nigeriano, há ainda pelo menos 190 meninas sob poder do grupo. Embora poucos detalhes tenham sido divulgados após a libertação das 21 jovens, acredita-se que várias delas foram sistematicamente estupradas, passaram fome e foram obrigadas a executar tarefas fisicamente extenuantes.
Ainda está pouco claro também sob quais condições as meninas foram libertadas, em um acordo intermediado pelo Governo da Suíça e pela Cruz Vermelha. Algumas notícias dão conta de que a libertação das jovens foi em troca de quatro comandantes do Boko Haram que estavam presos pelo governo. Outros relatos dão conta de que as meninas foram soltas após uma grande quantia em dinheiro ser enviada ao grupo.
O governo suíço “facilitou contatos entre representantes do governo nigeriano e intermediários do Boko Haram” após pedido de Abuja, disse uma porta-voz em comunicado.
De acordo com Eleanor Nwadinobi, líder do Programa de Estabilidade e Reconhecimento da Nigéria, mas jovens vão passar por diversos tratamentos, que envolvem as necessidades individuais de cada uma, questões de saúde, stress pós-trauma e questões nutricionais. “É importante que elas não sejam isoladas”, explicou à rede Al Jazeera.
O Boko Haram realiza uma insurgência para implementar um Estado islâmico, matando milhares e deslocando mais de 2 milhões de pessoas no nordeste da Nigéria e em regiões do Chade e dos Camarões.