O estímulo ao parto humanizado é um dos desafios da rede de atendimento à saúde. Para discutir o tema, a Universidade de Brasília (UnB) e a Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (ReHuNa), em parceria com a Secretaria de Políticas para Mulheres do Ministério da Justiça e Cidadania (SPM/MJC), realizam em Brasília a IV Conferência Internacional sobre a Humanização do Parto e Nascimento. O evento acontece do dia 26 a 30 de novembro, em Brasília.
(SPM, 29/11/2016 – acesse no site de origem)
Durante esses quatro dias, acontecem palestras, cursos e mesas redondas, sob temas voltados para o “acolhimento de experiências e irradiação de mudanças” no que diz respeito ao cenário internacional do parto.
Na segunda-feira (28), estiveram presentes palestrantes como Lesley Page, presidente do Royal College of Midwives e primeira parteira do Reino Unido; Jean Paul Rességuier, fisioterapeuta francês que há mais de 30 anos desenvolve uma pesquisa sobre a relação de proximidade e política da obstetrícia; Ester Vilela, representante da Rede Cegonha, do Ministério da Saúde; Debra Pascali, diretora do documentário Parto Orgástico; Marilda Castro, presidente da Associação de Doulas do Distrito Federal, dentre outros.
“Não é só a doula quem serve, é a equipe obstétrica também. Nós falamos disso, em uma reunião no Ministério da Saúde, e pedimos para que colocassem uma doula na equipe de elaboração do manual sobre parto humanizado para que tivessem uma mudança nessa linguagem”, compartilhou Marilda Castro, durante sua palestra, intitulada “Desafios e Perspectivas das Doulas”.
Também foram debatidos temas como a Obstetrícia: a Quebra de Paradigmas (ministrada por Lesley Page, onde comparou a situação da obstetrícia inglesa com a brasileira), situação da doula no mundo, e o potencial da mulher no parto.
“Você via o parto, e a pessoa pegava o bebê, entregava para a mãe e muitas vezes a ela estava apavorada”, desabafa Ester Vilela, do Ministério da Saúde. “Você via que uma prática era trocada por outra, mas nada realmente mudava no parto – eles aplicam, mas não ‘vivem’ isso”, completou.
Segundo Lesley Page, a primeira professora de obstetrícia do Reino Unido, “desde 1993, toda política em Londres é centrada na mulher. Todo cuidado é nela e não na nossa convivência – elas devem estar no controle de seus próprios cuidados. Tem o direito de saber onde querem dar à luz, e nós temos partos domiciliares e cesárias dentro desse sistema gratuito”.
Ao comparar os países, Page afirma que o vestibular para Obstetra, no exterior, é mais concorrido que o curso de Medicina. “Chegam a ser mil pessoas disputando dez vagas”, completa.
O evento ocorre, ainda, durante os próximos dias (terça e quarta-feira), com início às 8h30, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF).