(Folha de São Paulo | 21/03/2021 | Por Redação)
Milhares de pessoas foram às ruas neste domingo (21) para exigir a permanência da Turquia na Convenção de Istambul, um tratado que visa proteger as mulheres contra a violência de gênero, depois que o presidente Recep Tayyip Erdogan retirou o país do pacto internacional no sábado (20).
Criada pelo Conselho Europeu em 2011, o tratado desagrada os conservadores turcos, que o veem como um risco à estrutura familiar tradicional. Além disso, a convenção trata a igualdade de gênero e o combate à discriminação por orientação sexual como princípios fundamentais, o que é visto pela ala conservadora como uma estratégia de
promoção da homossexualidade.
A Turquia, que sediou os encontros em que a convenção foi criada e foi um dos primeiros países a assiná-la, é, agora, o primeiro a abandoná-la. O governo não explicou os motivos para a decisão, mas membros do alto escalão do governo Erdogan deram indícios das justificativas.