(O Globo – Celina | 18/03/2021 | Por Renata Avelar Giannini e Eva Ferenczi)
Os níveis inaceitáveis de violência baseada em gênero no Brasil são tema recorrente no Dia Internacional das Mulheres. Entender como projetos desenvolvidos pelo poder público têm, aos poucos, enfrentado a questão é fundamental para cessar esse problema persistente. Entre 2015 e 2020, cerca de 300 iniciativas focadas na prevenção, redução e eliminação da violência contra mulheres foram implementadas pelas 27 unidades da federação, mostra levantamento da plataforma EVA – Evidências sobre Violências e Alternativas para mulheres e meninas, desenvolvida pelo Instituto Igarapé.
As informações sobre essas ações seguem escassas e imprecisas. Ainda assim, os dados existentes são matéria-prima preciosa para a criação e implementação de políticas públicas eficientes.
De forma geral, há pouca informação disponível sobre duração, valor investido e implementação das iniciativas. Oito em cada dez ações mapeadas pela EVA não tiveram seus resultados apresentados publicamente, e somente 9% foram avaliadas. A ausência de dados detalhados indica que não há, necessariamente, um planejamento adequado na formulação de políticas públicas em matéria de violência contra mulheres. O que é pior, falta transparência sobre como as ações são implementadas e que impactos elas têm gerado. Para pôr fim à violência contra mulheres, políticas públicas baseadas em evidências e planejadas em conformidade aos fatores de risco individuais, sociais e ambientais de cada município e estado são fundamentais.
* Renata Avelar Giannini é pesquisadora sênior do Instituto Igarapé.
* Eva Ferenczi é doutoranda na PUC-Rio.
Acesse a matéria completa no site de origem.