Por que abusadores falam sempre a mesma coisa após serem denunciados?, por Cristina Fibe

Agressão_Crédito_Claudia Soraya. Banco Free Unplash. Acesso_ https___unsplash.com_photos_3m15w5sirVs

Foto: Claudia Soraya/Unplash

19 de maio, 2023 Uol Por Cristina Fibe

Proponho um exercício de adivinhação. Conto um caso e você tenta descobrir de quem estou falando. Ele é famoso e tem milhares de seguidores nas redes sociais:

  • Bem-sucedido em sua profissão, é respeitado por seus pares e visto como um homem simpático e “de família”.
  • Funcionárias da empresa em que ele trabalha apontam, para seus superiores, que ele tem o hábito de tocar nas colegas mulheres sem consentimento.
  • Elas ouvem que se trata de “brincadeira” e que ele “é assim mesmo”.
  • As mulheres ficam com medo de denunciar o colega, cujo status é superior ao delas. Uma das vítimas relata que o homem, além de importuná-la, passa a desqualificá-la profissionalmente. Ela procura o RH.
  • A primeira denúncia puxa outra; mais uma mulher toma coragem para contar o que sofreu. A empresa afirma estar do lado delas, mas se atropela nos protocolos de atendimento, deixa as mulheres expostas e não impede o contato de denunciantes e denunciado.
  • A defesa nega o assédio: diz que as acusações são inverídicas, fruto de desentendimentos profissionais, inventadas para manchar a reputação de um homem íntegro.
  • O acusado fala em revanchismo e vingança e convoca testemunhas para retratá-lo como uma pessoa respeitosa e excelente profissional. Também argumenta que a investigação interna da empresa e a área de compliance não identificaram reclamações anteriores.
  • As mulheres são desacreditadas. Chamadas de loucas e vagabundas, enfrentam retaliações no trabalho.
  • As denúncias afetam a saúde mental e física das vítimas. Ele usa as redes para dizer que sempre foi um homem que respeita seus colegas.

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